Fios e tessituras das congregações femininas latino-americanas

Por séculos a vida religiosa das mulheres consagradas na Igreja católica é estruturante da vida social, do Estado e da própria Igreja, ainda que essa longa história se emoldure numa situação de esquecimento e silêncio, subordinação e resistência. Vidas femininas alinhavamse nos fios de dados estatísticos, estórias de vida, estudos de casos, contabilizando a dimensão de tantos sonhos, histórias e canções escondidas nas cifras e nas palavras. São vidas de mulheres cuja característica parece passar entre nuvens rápidas, que se vem, mas que como estelas na areia não deixam marcas de suas memórias, de seus árduos trabalhos, tidos como virtuosos por seu silêncio, discrição e invisibilidade, quer sejam queridos quer sejam impostos. Como jogos e palavras de canções perdendo-se. Porém, são estórias femininas fundamentais aos pódios e aos porões sociais e eclesiais. Presenças sem as quais dificilmente as bases socioreligiosas seriam irrigadas com a vitalidade de obras educativas, projetos sanitários (convencionais e terapêuticos), atividades de assistência social, apoio a organizações reivindicativas de direitos sociais e do meio ambiente, atenção aos migrantes e vítimas de violência doméstica. Presença religiosa consagrada, lá onde as obrigações de proteção social do Estado e os esforços do clero não chegaram ainda hoje, efetivando uma cobertura plurifuncional da vida religiosa latino-americana.

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Bibliographic Details
Main Author: Carranza, Brenda
Format: Parte de libro biblioteca
Language:por
Published: Pontificia Universidad Católica Argentina. Instituto de Investigaciones de la Facultad de Ciencias Sociales 2020
Subjects:CONGREGACIONES RELIGIOSAS FEMENINAS, CRISIS, TRANSFORMACION,
Online Access:https://repositorio.uca.edu.ar/handle/123456789/19144
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Description
Summary:Por séculos a vida religiosa das mulheres consagradas na Igreja católica é estruturante da vida social, do Estado e da própria Igreja, ainda que essa longa história se emoldure numa situação de esquecimento e silêncio, subordinação e resistência. Vidas femininas alinhavamse nos fios de dados estatísticos, estórias de vida, estudos de casos, contabilizando a dimensão de tantos sonhos, histórias e canções escondidas nas cifras e nas palavras. São vidas de mulheres cuja característica parece passar entre nuvens rápidas, que se vem, mas que como estelas na areia não deixam marcas de suas memórias, de seus árduos trabalhos, tidos como virtuosos por seu silêncio, discrição e invisibilidade, quer sejam queridos quer sejam impostos. Como jogos e palavras de canções perdendo-se. Porém, são estórias femininas fundamentais aos pódios e aos porões sociais e eclesiais. Presenças sem as quais dificilmente as bases socioreligiosas seriam irrigadas com a vitalidade de obras educativas, projetos sanitários (convencionais e terapêuticos), atividades de assistência social, apoio a organizações reivindicativas de direitos sociais e do meio ambiente, atenção aos migrantes e vítimas de violência doméstica. Presença religiosa consagrada, lá onde as obrigações de proteção social do Estado e os esforços do clero não chegaram ainda hoje, efetivando uma cobertura plurifuncional da vida religiosa latino-americana.