As dificuldades no atendimento aos indivíduos com doenças neurodegenerativas: o fonoaudiólogo e a equipe multiprofissional
RESUMO Objetivo Analisar as dificuldades de fonoaudiólogos quanto à intervenção fonoaudiológica em indivíduos com doenças neurodegenerativas. Métodos Trata-se de um estudo transversal com 74 fonoaudiólogos brasileiros. Os profissionais foram convidados, por meio de redes sociais, a responder um questionário online com perguntas sobre sua atuação profissional com indivíduos com doenças neurodegenerativas. Foram incluídos apenas fonoaudiólogos que atuavam no território brasileiro e que atendiam, ou já haviam atendido, indivíduos com doenças neurodegenerativas. Para verificar a existência de associação entre aspectos da experiência dos fonoaudiólogos e as dificuldades referidas, utilizaram-se os testes estatísticos Mann-Whitney U, Qui-quadrado e Exato de Fisher. Resultados As maiores dificuldades encontradas quanto ao atendimento de indivíduos com doenças neurodegenerativas foram: dificuldade de adesão do cuidador às orientações fonoaudiológicas (52,7%), insuficiência na comunicação entre os profissionais da equipe para um cuidado interdisciplinar (52,7%) e chegada tardia para avaliação (50%). A dificuldade de adesão do paciente às orientações fonoaudiológicas (p=0,015) e a dificuldade relacionada à insuficiência na comunicação entre os profissionais para um cuidado interdisciplinar (p=0,036) foram associadas ao menor tempo de formação profissional. Já a dificuldade de adesão do cuidador às orientações fonoaudiológicas, foi associada a equipes não interdisciplinares (p=0,014). Conclusão A falta de comunicação eficiente na equipe multiprofissional, a não adesão dos cuidadores e a chegada tardia do indivíduo para avaliação fonoaudiológica, junto ao desconhecimento das possibilidades de atuação da fonoaudiologia, foram os principais obstáculos enfrentados pelos profissionais. O tempo de formação profissional foi um dos aspectos mais associados às dificuldades no trabalho de fonoaudiólogos que atendem indivíduos com doenças neurodegenerativas.
Main Authors: | , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Academia Brasileira de Audiologia
2019
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312019000100313 |
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Summary: | RESUMO Objetivo Analisar as dificuldades de fonoaudiólogos quanto à intervenção fonoaudiológica em indivíduos com doenças neurodegenerativas. Métodos Trata-se de um estudo transversal com 74 fonoaudiólogos brasileiros. Os profissionais foram convidados, por meio de redes sociais, a responder um questionário online com perguntas sobre sua atuação profissional com indivíduos com doenças neurodegenerativas. Foram incluídos apenas fonoaudiólogos que atuavam no território brasileiro e que atendiam, ou já haviam atendido, indivíduos com doenças neurodegenerativas. Para verificar a existência de associação entre aspectos da experiência dos fonoaudiólogos e as dificuldades referidas, utilizaram-se os testes estatísticos Mann-Whitney U, Qui-quadrado e Exato de Fisher. Resultados As maiores dificuldades encontradas quanto ao atendimento de indivíduos com doenças neurodegenerativas foram: dificuldade de adesão do cuidador às orientações fonoaudiológicas (52,7%), insuficiência na comunicação entre os profissionais da equipe para um cuidado interdisciplinar (52,7%) e chegada tardia para avaliação (50%). A dificuldade de adesão do paciente às orientações fonoaudiológicas (p=0,015) e a dificuldade relacionada à insuficiência na comunicação entre os profissionais para um cuidado interdisciplinar (p=0,036) foram associadas ao menor tempo de formação profissional. Já a dificuldade de adesão do cuidador às orientações fonoaudiológicas, foi associada a equipes não interdisciplinares (p=0,014). Conclusão A falta de comunicação eficiente na equipe multiprofissional, a não adesão dos cuidadores e a chegada tardia do indivíduo para avaliação fonoaudiológica, junto ao desconhecimento das possibilidades de atuação da fonoaudiologia, foram os principais obstáculos enfrentados pelos profissionais. O tempo de formação profissional foi um dos aspectos mais associados às dificuldades no trabalho de fonoaudiólogos que atendem indivíduos com doenças neurodegenerativas. |
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