O impacto da afinação vocal na análise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas

RESUMO Objetivo: Avaliar a habilidade de identificação de vozes normais e alteradas por indivíduos afinados e desafinados, comparando seu desempenho nos testes de processamento auditivo e na avaliação perceptivo-auditiva. Método: Participaram 15 indivíduos afinados e 15 desafinados pareados quanto à idade e sexo, oriundos de um coral amador, com limiares auditivos e qualidade vocal dentro dos padrões de normalidade. Todos foram submetidos à Triagem da Afinação vocal para a alocação nos grupos de afinados e desafinados. Em seguida, realizaram o Teste Padrão de Frequência (TPF), Teste Padrão de Duração (TPD) e análise perceptivo-auditiva de 36 vozes, mais 20% de repetição para teste de confiabilidade. Resultados: Os indivíduos desafinados apresentaram resultados estatisticamente menores que os afinados no TPF e no TPD para ambas as orelhas (p=0,002 OD; p=0,001 OE; p=0,009 TPD). Resultados da análise perceptivo-auditiva e da confiabilidade não apresentaram diferença (p=0,153). Contudo, esses resultados foram melhores quando comparados os participantes com valores normais no TPF e TPD, em relação aos resultados alterados (p=0,033). Assim, participantes com testes temporais de processamento auditivo alterados apresentaram maiores dificuldades na análise perceptivo-auditiva e menor confiabilidade intrassujeito, independentemente de serem ou não afinados. Conclusão: Percebe-se que a afinação vocal não é um pré-requisito para a realização de uma boa avaliação perceptivo-auditiva da voz, mas os padrões temporais e a confiabilidade intrassujeito estão notavelmente associados à análise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas. Assim, sugere-se que o treinamento auditivo seja contemplado em programas de desenvolvimento da habilidade de realizar avaliação perceptivo-auditiva da voz.

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Bibliographic Details
Main Authors: Takishima,Martha, Gielow,Ingrid, Madazio,Glaucya, Behlau,Mara
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia 2020
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822020000400313
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Description
Summary:RESUMO Objetivo: Avaliar a habilidade de identificação de vozes normais e alteradas por indivíduos afinados e desafinados, comparando seu desempenho nos testes de processamento auditivo e na avaliação perceptivo-auditiva. Método: Participaram 15 indivíduos afinados e 15 desafinados pareados quanto à idade e sexo, oriundos de um coral amador, com limiares auditivos e qualidade vocal dentro dos padrões de normalidade. Todos foram submetidos à Triagem da Afinação vocal para a alocação nos grupos de afinados e desafinados. Em seguida, realizaram o Teste Padrão de Frequência (TPF), Teste Padrão de Duração (TPD) e análise perceptivo-auditiva de 36 vozes, mais 20% de repetição para teste de confiabilidade. Resultados: Os indivíduos desafinados apresentaram resultados estatisticamente menores que os afinados no TPF e no TPD para ambas as orelhas (p=0,002 OD; p=0,001 OE; p=0,009 TPD). Resultados da análise perceptivo-auditiva e da confiabilidade não apresentaram diferença (p=0,153). Contudo, esses resultados foram melhores quando comparados os participantes com valores normais no TPF e TPD, em relação aos resultados alterados (p=0,033). Assim, participantes com testes temporais de processamento auditivo alterados apresentaram maiores dificuldades na análise perceptivo-auditiva e menor confiabilidade intrassujeito, independentemente de serem ou não afinados. Conclusão: Percebe-se que a afinação vocal não é um pré-requisito para a realização de uma boa avaliação perceptivo-auditiva da voz, mas os padrões temporais e a confiabilidade intrassujeito estão notavelmente associados à análise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas. Assim, sugere-se que o treinamento auditivo seja contemplado em programas de desenvolvimento da habilidade de realizar avaliação perceptivo-auditiva da voz.