Espaço Inventário, Espaço Inventado

Resumo Este artigo aborda a experiência de construção de territórios de escuta na cidade de Belmonte (Brasil), e discute como a escuta pode ser uma forma de conhecimento do mundo que parte do sensorial e nele mergulha intensamente, para trazer à tona insights que podem nortear compreensões sobre um objeto em diversos aspectos, no caso da cidade, desde sua estrutura urbana até as relações entre pessoas que a habitam. O texto propõe um ensaio em que os diários de viagem dialogam com a abertura para as sensações provocadas pelas paisagens sonoras e suas características reticulares onde o afeto, a convivência, as diferenças, as relações entre seres humanos e não-humanos, as geografias do poder econômico, as diferentes subjetividades, e a multiplicidade que caracteriza uma cidade se manifestam. O texto parte do princípio de que escutar é estar atento ao movimento dinâmico do mundo e à efemeridade dos acontecimentos e entrelaçamentos que nele ocorrem para traduzir o que nos afeta em palavras. Embora se centre em uma abordagem pela escuta, o ensaio reflete sobre a impossibilidade de separação entre os sentidos na percepção e sua atuação contínua nas relações seres humanos-mundo, constituindo não só subjetividades e idiossincrasias individuais, mas também perspectivas compartilháveis sobre o ser e estar no espaço comum.

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Bibliographic Details
Main Author: Pessoa,Frederico Augusto Vianna de Assis
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) 2021
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-04582021000100123
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Summary:Resumo Este artigo aborda a experiência de construção de territórios de escuta na cidade de Belmonte (Brasil), e discute como a escuta pode ser uma forma de conhecimento do mundo que parte do sensorial e nele mergulha intensamente, para trazer à tona insights que podem nortear compreensões sobre um objeto em diversos aspectos, no caso da cidade, desde sua estrutura urbana até as relações entre pessoas que a habitam. O texto propõe um ensaio em que os diários de viagem dialogam com a abertura para as sensações provocadas pelas paisagens sonoras e suas características reticulares onde o afeto, a convivência, as diferenças, as relações entre seres humanos e não-humanos, as geografias do poder econômico, as diferentes subjetividades, e a multiplicidade que caracteriza uma cidade se manifestam. O texto parte do princípio de que escutar é estar atento ao movimento dinâmico do mundo e à efemeridade dos acontecimentos e entrelaçamentos que nele ocorrem para traduzir o que nos afeta em palavras. Embora se centre em uma abordagem pela escuta, o ensaio reflete sobre a impossibilidade de separação entre os sentidos na percepção e sua atuação contínua nas relações seres humanos-mundo, constituindo não só subjetividades e idiossincrasias individuais, mas também perspectivas compartilháveis sobre o ser e estar no espaço comum.