Teleconsulta de medicina geral e familiar em doze passos: uma adaptação em tempos de pandemia

Resumo Este artigo propõe uma estrutura para as teleconsultas de medicina geral e familiar, explorando estratégias para ultrapassar barreiras comunicacionais. Propõem-se doze passos divididos em três fases. Fase I: Preparação. Passo 1. Escolha do local: avaliar as condições do gabinete. Passo 2. Verificação da conexão: verificar a disponibilidade de telefone, computador e de impressora e a existência uma boa conexão de Internet. Passo 3. Preparação do consultório: certificar-se de que há boa luminosidade e que todos os objetos que possam a vir a ser necessários estão posicionados corretamente. Passo 4. Organização do pensamento: ler os registos médicos prévios e algum alerta importante. Fase II: Teleconsulta. Passo 5. Preparar a sessão: certificar-se de que tem o contacto correto do utente, password da sessão bem como o número telefónico de uma linha de apoio informático. Passo 6. Primeiros minutos: certificar-se de que o vídeo e o áudio estão a trabalhar corretamente; confirmar a identificação do paciente e garantir a sua privacidade. Passo 7. Avaliação rápida: avaliar rapidamente se o paciente está severamente doente ou não; se doença grave, escrever uma pequena história clínica e avaliar os parâmetros vitais de forma a decidir se deve encaminhar-se o doente para uma observação médica. Passo 8. Exploração: história da doença atual. Passo 9. Avaliação: este é o passo mais complexo; descrições do paciente, imagens de vídeo em direto ou enviadas posteriormente para o email, valores de dispositivos médicos que o paciente possua e uso de várias escalas médicas são uma excelente ajuda. Passo 10. Decisão: interpretação das monitorizações de forma a decidir o melhor seguimento em consenso com o doente. Fase III: Final. Passo 11. Encerramento: deve confirmar-se que foram abordados todos os temas propostos para a consulta e verificar se o utente compreendeu o plano. Passo 12. Reflexão final: finalizar os registos clínicos e realizar uma autorreflexão da consulta que teve lugar. Para a comunicação de más notícias deve usar-se o protocolo de SPIKES. Este artigo foi pensado como um guia de consulta para teleconsultas de medicina geral e familiar como forma de melhorar a abordagem médica durante a pandemia COVID-19.

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Bibliographic Details
Main Authors: Gomes,Ana Catarino, Alves,Paula Brandão
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 2022
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732022000400417
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Summary:Resumo Este artigo propõe uma estrutura para as teleconsultas de medicina geral e familiar, explorando estratégias para ultrapassar barreiras comunicacionais. Propõem-se doze passos divididos em três fases. Fase I: Preparação. Passo 1. Escolha do local: avaliar as condições do gabinete. Passo 2. Verificação da conexão: verificar a disponibilidade de telefone, computador e de impressora e a existência uma boa conexão de Internet. Passo 3. Preparação do consultório: certificar-se de que há boa luminosidade e que todos os objetos que possam a vir a ser necessários estão posicionados corretamente. Passo 4. Organização do pensamento: ler os registos médicos prévios e algum alerta importante. Fase II: Teleconsulta. Passo 5. Preparar a sessão: certificar-se de que tem o contacto correto do utente, password da sessão bem como o número telefónico de uma linha de apoio informático. Passo 6. Primeiros minutos: certificar-se de que o vídeo e o áudio estão a trabalhar corretamente; confirmar a identificação do paciente e garantir a sua privacidade. Passo 7. Avaliação rápida: avaliar rapidamente se o paciente está severamente doente ou não; se doença grave, escrever uma pequena história clínica e avaliar os parâmetros vitais de forma a decidir se deve encaminhar-se o doente para uma observação médica. Passo 8. Exploração: história da doença atual. Passo 9. Avaliação: este é o passo mais complexo; descrições do paciente, imagens de vídeo em direto ou enviadas posteriormente para o email, valores de dispositivos médicos que o paciente possua e uso de várias escalas médicas são uma excelente ajuda. Passo 10. Decisão: interpretação das monitorizações de forma a decidir o melhor seguimento em consenso com o doente. Fase III: Final. Passo 11. Encerramento: deve confirmar-se que foram abordados todos os temas propostos para a consulta e verificar se o utente compreendeu o plano. Passo 12. Reflexão final: finalizar os registos clínicos e realizar uma autorreflexão da consulta que teve lugar. Para a comunicação de más notícias deve usar-se o protocolo de SPIKES. Este artigo foi pensado como um guia de consulta para teleconsultas de medicina geral e familiar como forma de melhorar a abordagem médica durante a pandemia COVID-19.