Modificações evolutivas da necessidade de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência em indivíduos submetidos a intervenção coronária percutânea: análise de 9.938 pacientes

INTRODUÇÃO: As intervenções coronárias percutâneas (ICPs) em centros sem cirurgia cardíaca representam uma real opção no contexto atual da cardiologia intervencionista. O propósito deste estudo foi avaliar as mudanças na incidência e indicações para cirurgia de revascularização miocárdica de emergência em pacientes submetidos a ICP de 1992 a 2005 MÉTODO: No total, 9.938 pacientes submetidos a ICP em dois centros foram divididos em três grupos: período pré-stent, de 1992 a 1996 (n = 2.500), período intermediário, de 2002 a 2003 (n = 3.711), e período mais recente, de 2004 a 2005 (n = 3.727) RESULTADOS: Com o advento dos stents passou-se a abordar uma população mais idosa (58,2 ± 10,7 anos vs. 62,7 ± 11,7 anos vs. 67,8 ± 11,6 anos; P = 0,01), com lesões mais complexas, do tipo B2/C (52,2% vs. 72,7% vs. 79%; P < 0,01), mas com melhora nos resultados de oclusão aguda (7,8% vs. 1,7% vs. 1,1%; P < 0,01) e de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência (1,2% vs. 1,1% vs. 0,7%; P < 0,01) e consequente menor mortalidade (3,3% vs. 2,2% vs. 2%; P < 0,01). Foram identificados como preditores da necessidade de cirurgia de emergência o padrão de acometimento coronário multiarterial [odds ratio (OR) 3,42, intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 1,75-6,7], infarto agudo do miocárdio (OR 3,65, IC 95% 2,3-5,8) e complexidade das lesões [tipo B2/C, American Heart Association/American College of Cardiology - AHA/ACC (OR 3,27, IC 95% 1,66,75)]. A característica que exerceu efeito protetor foi a utilização de stent (OR 0,58, IC 95% 0,4-0,85) CONCLUSÃO: Os avanços da técnica, do material e da farmacoterapia adjunta têm contribuído com a ICP no sentido de diminuir a necessidade de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência.

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Bibliographic Details
Main Authors: Campos,Carlos Augusto Homem de Magalhães, Yugar,Mila, Petrizzo,Antonia, Ribeiro,Expedito E., Ribeiro,Henrique, Spadaro,Andre G., Perin,Marco, Lemos,Pedro A., Martinez,Eulogio, Marchiori,Gilberto, Ramires,José Antonio F.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI 2010
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972010000200011
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Summary:INTRODUÇÃO: As intervenções coronárias percutâneas (ICPs) em centros sem cirurgia cardíaca representam uma real opção no contexto atual da cardiologia intervencionista. O propósito deste estudo foi avaliar as mudanças na incidência e indicações para cirurgia de revascularização miocárdica de emergência em pacientes submetidos a ICP de 1992 a 2005 MÉTODO: No total, 9.938 pacientes submetidos a ICP em dois centros foram divididos em três grupos: período pré-stent, de 1992 a 1996 (n = 2.500), período intermediário, de 2002 a 2003 (n = 3.711), e período mais recente, de 2004 a 2005 (n = 3.727) RESULTADOS: Com o advento dos stents passou-se a abordar uma população mais idosa (58,2 ± 10,7 anos vs. 62,7 ± 11,7 anos vs. 67,8 ± 11,6 anos; P = 0,01), com lesões mais complexas, do tipo B2/C (52,2% vs. 72,7% vs. 79%; P < 0,01), mas com melhora nos resultados de oclusão aguda (7,8% vs. 1,7% vs. 1,1%; P < 0,01) e de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência (1,2% vs. 1,1% vs. 0,7%; P < 0,01) e consequente menor mortalidade (3,3% vs. 2,2% vs. 2%; P < 0,01). Foram identificados como preditores da necessidade de cirurgia de emergência o padrão de acometimento coronário multiarterial [odds ratio (OR) 3,42, intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 1,75-6,7], infarto agudo do miocárdio (OR 3,65, IC 95% 2,3-5,8) e complexidade das lesões [tipo B2/C, American Heart Association/American College of Cardiology - AHA/ACC (OR 3,27, IC 95% 1,66,75)]. A característica que exerceu efeito protetor foi a utilização de stent (OR 0,58, IC 95% 0,4-0,85) CONCLUSÃO: Os avanços da técnica, do material e da farmacoterapia adjunta têm contribuído com a ICP no sentido de diminuir a necessidade de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência.