PADRÃO ESPACIAL DE QUATRO FORMAÇÕES FLORESTAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO, ATRAVÉS DA FUNÇÃO K DE RIPLEY

RESUMO Investigar o padrão espacial das árvores, segundo suas classes de tamanho e segundo suas espécies mais abundantes pode fornecer evidências sobre a estrutura da comunidade vegetal, sendo que, o padrão espacial é uma questão-chave para estudos de ecologia florestal. O nível de organização espacial das árvores no ambiente depende de diversos processos ecológicos e características próprias de cada ambiente, de modo que a melhor compreensão deste quadro fornece subsídios importantes para o conhecimento sobre formações florestais. Neste trabalho objetivou-se estudar o padrão espacial das árvores, segundo suas classes de diâmetro e das quatro espécies mais abundantes em diferentes florestas, visando fornecer evidências sobre a ecologia de cada comunidade vegetal. A descrição do padrão espacial em cada formação florestal foi realizada segundo a Função K de Ripley. As formações florestais estudadas foram: Floresta Ombrófila, Cerradão, Floresta Estacional e Restinga. Instalou-se uma parcela de 10,24 ha em cada formação florestal, e todas as árvores com circunferência na altura do peito (CAP) a partir de 15 cm foram medidas, georreferenciadas e identificadas. Os resultados obtidos ressaltam o caráter agregado em florestas tropicais, como foi observado em todas as florestas estudadas. As árvores do Cerradão e da Restinga apresentaram padrões de agregação muito próximos. Para a Floresta Ombrófila, o padrão agregado foi significativo em toda a escala de distâncias estudada. Na Floresta Estacional, foi observada tendência à aleatoriedade, embora, uma agregação significativa tenha sido notada para curtas distâncias. O padrão espacial por classes de diâmetro foi, em linhas gerais, agregado para árvores menores que 10 cm de diâmetro, e entre 10 e 20 cm, e aleatório para as demais, evidenciando uma tendência de que árvores jovens são mais agregadas do que árvores adultas. O padrão espacial das espécies dominantes é sempre muito semelhante ao padrão geral de cada formação florestal. As diferenças entre o padrão espacial das espécies dominantes coincidentes entre as formações florestais indicam que seu padrão é influenciado por cada ambiente. Ressaltando-se assim, a importância da sua autoecologia e dos processos ecológicos intrínsecos a cada comunidade que podem explicar os padrões observados.

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Bibliographic Details
Main Authors: Capretz,Robson Louiz, Batista,João Luís Ferreira, Sotomayor,Jaime Felipe Medina, Cunha,Camila Rossetti da, Nicoletti,Marcos Felipe, Rodrigues,Ricardo Ribeiro
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Maria 2012
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-50982012000300551
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Description
Summary:RESUMO Investigar o padrão espacial das árvores, segundo suas classes de tamanho e segundo suas espécies mais abundantes pode fornecer evidências sobre a estrutura da comunidade vegetal, sendo que, o padrão espacial é uma questão-chave para estudos de ecologia florestal. O nível de organização espacial das árvores no ambiente depende de diversos processos ecológicos e características próprias de cada ambiente, de modo que a melhor compreensão deste quadro fornece subsídios importantes para o conhecimento sobre formações florestais. Neste trabalho objetivou-se estudar o padrão espacial das árvores, segundo suas classes de diâmetro e das quatro espécies mais abundantes em diferentes florestas, visando fornecer evidências sobre a ecologia de cada comunidade vegetal. A descrição do padrão espacial em cada formação florestal foi realizada segundo a Função K de Ripley. As formações florestais estudadas foram: Floresta Ombrófila, Cerradão, Floresta Estacional e Restinga. Instalou-se uma parcela de 10,24 ha em cada formação florestal, e todas as árvores com circunferência na altura do peito (CAP) a partir de 15 cm foram medidas, georreferenciadas e identificadas. Os resultados obtidos ressaltam o caráter agregado em florestas tropicais, como foi observado em todas as florestas estudadas. As árvores do Cerradão e da Restinga apresentaram padrões de agregação muito próximos. Para a Floresta Ombrófila, o padrão agregado foi significativo em toda a escala de distâncias estudada. Na Floresta Estacional, foi observada tendência à aleatoriedade, embora, uma agregação significativa tenha sido notada para curtas distâncias. O padrão espacial por classes de diâmetro foi, em linhas gerais, agregado para árvores menores que 10 cm de diâmetro, e entre 10 e 20 cm, e aleatório para as demais, evidenciando uma tendência de que árvores jovens são mais agregadas do que árvores adultas. O padrão espacial das espécies dominantes é sempre muito semelhante ao padrão geral de cada formação florestal. As diferenças entre o padrão espacial das espécies dominantes coincidentes entre as formações florestais indicam que seu padrão é influenciado por cada ambiente. Ressaltando-se assim, a importância da sua autoecologia e dos processos ecológicos intrínsecos a cada comunidade que podem explicar os padrões observados.