Luxação sub-astragalina

A luxação sub-astragalina representa 1,3% das luxações do pé e 15% das luxações do astrágalo. O RX pode ser de difícil interpretação se a lesão ocorrer num ponto distal ao astrágalo. A T.C. é mais eficaz no diagnóstico de lesões associadas e mais sensível na exclusão de subluxação astrágalo-calcaneana. Na maioria das luxações sub-astragalinas pode obter-se uma redução estável de modo fechado, o prognóstico é bom ou excelente em 70%. Em 10% dos casos a redução fechada é impossível normalmente por interposição de tecidos moles. As lesões de alta energia têm maior probabilidade de originar sequelas a longo prazo: (1) instabilidade, (2) dor na marcha, (3) osteonecrose do astrágalo, (4) osteoartrose pós traumática. Apresentamos o caso clínico de um doente do sexo masculino, de raça caucasiana, 69 anos de idade, vítima de queda em altura em Maio de 2011. Da queda resultou traumatismo do pé e tornozelo direito, o doente apresentava à entrada no S.U. o tornozelo direito em equino e edemaciado, a pele estava tensa na face externa do tornozelo sem lesão cutânea ou neurológica. Os pulsos não eram palpáveis, o estado vascular foi avaliado pela velocidade de preenchimento capilar após pressão ungueal. Foi identificada uma luxação sub-astragalina externa sem lesões associadas, a luxação foi reduzida incruentamente sem dificuldade no bloco sob anestesia. O doente manteve uma imobilização gessada geno-podálica durante quatro semanas, após esse período cumpriu 2 semanas de Fisioterapia. Seis semanas após o evento traumático fazia marcha com apoio total, sem auxiliares de marcha com uma pontuação de 100 na escala “AOFAS”. O doente tem 36 meses de seguimento, não apresenta limitação da mobilidade do tornozelo ou sub-astragalina, instabilidade, alterações degenerativas ou sinais de necrose avascular. Retomou o nível de actividade prévio ao evento traumático.

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Bibliographic Details
Main Authors: Cardoso,Hugo, Costa,Portela da, Magno,Leão
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia 2014
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222014000300009
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Summary:A luxação sub-astragalina representa 1,3% das luxações do pé e 15% das luxações do astrágalo. O RX pode ser de difícil interpretação se a lesão ocorrer num ponto distal ao astrágalo. A T.C. é mais eficaz no diagnóstico de lesões associadas e mais sensível na exclusão de subluxação astrágalo-calcaneana. Na maioria das luxações sub-astragalinas pode obter-se uma redução estável de modo fechado, o prognóstico é bom ou excelente em 70%. Em 10% dos casos a redução fechada é impossível normalmente por interposição de tecidos moles. As lesões de alta energia têm maior probabilidade de originar sequelas a longo prazo: (1) instabilidade, (2) dor na marcha, (3) osteonecrose do astrágalo, (4) osteoartrose pós traumática. Apresentamos o caso clínico de um doente do sexo masculino, de raça caucasiana, 69 anos de idade, vítima de queda em altura em Maio de 2011. Da queda resultou traumatismo do pé e tornozelo direito, o doente apresentava à entrada no S.U. o tornozelo direito em equino e edemaciado, a pele estava tensa na face externa do tornozelo sem lesão cutânea ou neurológica. Os pulsos não eram palpáveis, o estado vascular foi avaliado pela velocidade de preenchimento capilar após pressão ungueal. Foi identificada uma luxação sub-astragalina externa sem lesões associadas, a luxação foi reduzida incruentamente sem dificuldade no bloco sob anestesia. O doente manteve uma imobilização gessada geno-podálica durante quatro semanas, após esse período cumpriu 2 semanas de Fisioterapia. Seis semanas após o evento traumático fazia marcha com apoio total, sem auxiliares de marcha com uma pontuação de 100 na escala “AOFAS”. O doente tem 36 meses de seguimento, não apresenta limitação da mobilidade do tornozelo ou sub-astragalina, instabilidade, alterações degenerativas ou sinais de necrose avascular. Retomou o nível de actividade prévio ao evento traumático.