Conselho de administração e confiança dos accionistas

A separação da propriedade e da gestão das empresas levou à implementação de órgãos e processos de administração e de órgãos e processos de direcção, cada um deles com responsabilidades próprias. Assim, as pessoas e órgãos que administram são diferentes das pessoas e órgãos que dirigem. Esta separação levou à assumpção de responsabilidades e de importância crescentes por parte de um dos órgãos de governo da empresa, o conselho de administração. Este é constituído por um conjunto de pessoas mandatadas para tomarem decisões, que são depositários da confiança dos accionistas. Ora, o conceito de confiança ocupou sempre uma posição central na vida das organizações. Factor-chave do êxito das transacções, a confiança permite ultrapassar os interesses egoístas e produzir benefícios para todas as partes interessadas, no quadro das relações de cooperação entre actores económicos. Apresentada como um processo que permite gerir a incerteza, a confiança encontra a sua justificação na falta de conhecimento sobre os acontecimentos futuros. Logo, remete-nos para o que não pode ser formalizado por escrito (contratos incompletos), o que implica a referência a normas sociais e a adesão a essas normas. O elemento fundamental que permite estabelecer a confiança são as relações recíprocas entre os indivíduos. Estas relações exprimem-se por referência a uma pessoa específica e não de um modo genérico. A personalização é, por isso, importante nas relações de confiança, já que, nas redes sociais a que os administradores pertençam, essas relações podem ter reflexo sobre o desempenho das organizações que eles administram.

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Bibliographic Details
Main Author: Rodrigues,Jorge
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: INDEG-IUL - ISCTE Executive Education 2009
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-44642009000300003
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Summary:A separação da propriedade e da gestão das empresas levou à implementação de órgãos e processos de administração e de órgãos e processos de direcção, cada um deles com responsabilidades próprias. Assim, as pessoas e órgãos que administram são diferentes das pessoas e órgãos que dirigem. Esta separação levou à assumpção de responsabilidades e de importância crescentes por parte de um dos órgãos de governo da empresa, o conselho de administração. Este é constituído por um conjunto de pessoas mandatadas para tomarem decisões, que são depositários da confiança dos accionistas. Ora, o conceito de confiança ocupou sempre uma posição central na vida das organizações. Factor-chave do êxito das transacções, a confiança permite ultrapassar os interesses egoístas e produzir benefícios para todas as partes interessadas, no quadro das relações de cooperação entre actores económicos. Apresentada como um processo que permite gerir a incerteza, a confiança encontra a sua justificação na falta de conhecimento sobre os acontecimentos futuros. Logo, remete-nos para o que não pode ser formalizado por escrito (contratos incompletos), o que implica a referência a normas sociais e a adesão a essas normas. O elemento fundamental que permite estabelecer a confiança são as relações recíprocas entre os indivíduos. Estas relações exprimem-se por referência a uma pessoa específica e não de um modo genérico. A personalização é, por isso, importante nas relações de confiança, já que, nas redes sociais a que os administradores pertençam, essas relações podem ter reflexo sobre o desempenho das organizações que eles administram.