Dependência funcional e sintomas depressivos em pessoas idosas residentes na comunidade
Resumo Depender de auxílio para a realização de atividades instrumentais da vida diária (AIVDs) na velhice revela robustas relações com vulnerabilidades ao bem-estar e riscos à saúde mental. O presente estudo examinou a formação de agrupamentos de pessoas idosas residentes na comunidade segundo o tipo de atividades instrumentais nas quais há dependência e o relato de sintomas depressivos particulares. Foram utilizados os dados dos 419 participantes (80+ 4,5 anos; 69,4% feminino) da coleta de seguimento do estudo FIBRA - Fragilidade em Idosos Brasileiros. A prevalência de dependência para AIVDs foi de 49,64% de 29,1% para depressão, segundo o escore total da GDS-15. Por meio de análise de cluster foram identificados quatro grupos de manifestação de dependência segundo o número, tipo de AIVD e associações com condições sociodemográficas, saúde, autonomia e controle percebidos. Análises de regressão multinomial identificaram diferenças nas razões de chance para um dos sintomas depressivos que compõem a GDS-15, após ajuste de variáveis. Em relação ao cluster funcionalmente preservado (cluster 1), itens representativos de rebaixamento em afetos positivos e disposição física (“anedonia”) foram mais prováveis no cluster 2. O cluster 3, com maiores dependências para AIVDs realizadas fora do domicílio, foi caracterizado por experiências de isolamento social. O Cluster 4, com maior número de tipos de dependências, apresentou maior probabilidade de apresentar sintomas depressivos centrais de depressão clínica. As evidências sugerem validade em especificar relações entre dependências e experiências emocionais as quais podem fazer parte dos planos de cuidado e políticas públicas em saúde e envelhecimento.
Main Authors: | , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde
2023
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862023000301173 |
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Summary: | Resumo Depender de auxílio para a realização de atividades instrumentais da vida diária (AIVDs) na velhice revela robustas relações com vulnerabilidades ao bem-estar e riscos à saúde mental. O presente estudo examinou a formação de agrupamentos de pessoas idosas residentes na comunidade segundo o tipo de atividades instrumentais nas quais há dependência e o relato de sintomas depressivos particulares. Foram utilizados os dados dos 419 participantes (80+ 4,5 anos; 69,4% feminino) da coleta de seguimento do estudo FIBRA - Fragilidade em Idosos Brasileiros. A prevalência de dependência para AIVDs foi de 49,64% de 29,1% para depressão, segundo o escore total da GDS-15. Por meio de análise de cluster foram identificados quatro grupos de manifestação de dependência segundo o número, tipo de AIVD e associações com condições sociodemográficas, saúde, autonomia e controle percebidos. Análises de regressão multinomial identificaram diferenças nas razões de chance para um dos sintomas depressivos que compõem a GDS-15, após ajuste de variáveis. Em relação ao cluster funcionalmente preservado (cluster 1), itens representativos de rebaixamento em afetos positivos e disposição física (“anedonia”) foram mais prováveis no cluster 2. O cluster 3, com maiores dependências para AIVDs realizadas fora do domicílio, foi caracterizado por experiências de isolamento social. O Cluster 4, com maior número de tipos de dependências, apresentou maior probabilidade de apresentar sintomas depressivos centrais de depressão clínica. As evidências sugerem validade em especificar relações entre dependências e experiências emocionais as quais podem fazer parte dos planos de cuidado e políticas públicas em saúde e envelhecimento. |
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