Imagem corporal e qualidade de vida na obesidade pediátrica

Muitos estudos têm mostrado que as crianças e adolescentes com obesidade apresentam pior qualidade de vida (QdV) e maior insatisfação com a imagem corporal, comparativamente a crianças e adolescentes de peso saudável. Contudo, até ao momento, não é conhecido o papel da imagem corporal no ajustamento psicossocial destes jovens, nem são bem compreendidas as especificidades desenvolvimentais e de género. Deste modo, o presente estudo pretende comparar a QdV e a insatisfação com a imagem corporal de rapazes e raparigas, crianças e adolescentes, com peso saudável e com obesidade. Adicionalmente, pretende analisar se a relação entre o peso e a QdV é mediada pela insatisfação com a imagem corporal e moderada pelo género das crianças e adolescentes. A amostra contém 155 crianças e adolescentes com peso saudável e 207 crianças e adolescentes com obesidade, entre os 8 e os 18 anos de idade. Os participantes preencheram o KIDSCREEN-10 e a Escala de Silhuetas de Collins. As crianças e adolescentes com obesidade apresentaram pior QdV e maior insatisfação com a imagem corporal, comparativamente a crianças e adolescentes de peso saudável. Adicionalmente, observou-se que as raparigas reportam pior QdV e estão mais insatisfeitas com o seu corpo do que os rapazes. Verificou-se também que a insatisfação com a imagem corporal mediou a relação entre o peso e a QdV, mas apenas no grupo de adolescentes. As crianças e adolescentes com obesidade tendem a apresentar pior QdV e a estarem mais insatisfeitas com a sua imagem corporal. A satisfação com a imagem corporal demonstrou ser um importante mecanismo explicativo da relação entre o peso e a QdV, tornando-se um alvo de intervenção relevante, especialmente em adolescentes. Importância deve ser dada à prevenção e intervenção psicológica precoce em equipas multidisciplinares capazes de detetar e intervir eficazmente nos problemas psicossociais das crianças e adolescentes com obesidade.

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Bibliographic Details
Main Authors: Gouveia,Maria João, Frontini,Roberta, Canavarro,Maria Cristina, Moreira,Helena
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde 2016
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862016000100008
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Description
Summary:Muitos estudos têm mostrado que as crianças e adolescentes com obesidade apresentam pior qualidade de vida (QdV) e maior insatisfação com a imagem corporal, comparativamente a crianças e adolescentes de peso saudável. Contudo, até ao momento, não é conhecido o papel da imagem corporal no ajustamento psicossocial destes jovens, nem são bem compreendidas as especificidades desenvolvimentais e de género. Deste modo, o presente estudo pretende comparar a QdV e a insatisfação com a imagem corporal de rapazes e raparigas, crianças e adolescentes, com peso saudável e com obesidade. Adicionalmente, pretende analisar se a relação entre o peso e a QdV é mediada pela insatisfação com a imagem corporal e moderada pelo género das crianças e adolescentes. A amostra contém 155 crianças e adolescentes com peso saudável e 207 crianças e adolescentes com obesidade, entre os 8 e os 18 anos de idade. Os participantes preencheram o KIDSCREEN-10 e a Escala de Silhuetas de Collins. As crianças e adolescentes com obesidade apresentaram pior QdV e maior insatisfação com a imagem corporal, comparativamente a crianças e adolescentes de peso saudável. Adicionalmente, observou-se que as raparigas reportam pior QdV e estão mais insatisfeitas com o seu corpo do que os rapazes. Verificou-se também que a insatisfação com a imagem corporal mediou a relação entre o peso e a QdV, mas apenas no grupo de adolescentes. As crianças e adolescentes com obesidade tendem a apresentar pior QdV e a estarem mais insatisfeitas com a sua imagem corporal. A satisfação com a imagem corporal demonstrou ser um importante mecanismo explicativo da relação entre o peso e a QdV, tornando-se um alvo de intervenção relevante, especialmente em adolescentes. Importância deve ser dada à prevenção e intervenção psicológica precoce em equipas multidisciplinares capazes de detetar e intervir eficazmente nos problemas psicossociais das crianças e adolescentes com obesidade.