Fatores associados ao consumo de álcool na adolescência, em função do género

De acordo com o último relatório do ESPAD (2012), 74% dos adolescentes portugueses reportaram ter consumido bebidas alcoólicas no último ano, 52% no último mês e 22% reportaram “binge drinking”. O consumo de álcool é um problema grave e prevalente entre os jovens, sendo indispensável identificar fatores associados a este consumo, por forma a desenvolver estratégias preventivas eficazes. Objetivos: Descrever as perceções sobre os fatores de risco e protetores associados à experimentação e ao consumo regular de álcool na adolescência, de acordo com o género. Metodologia: Recorreu-se à técnica de grupos focais, através da metodologia “World Café”. Organizaram-se nove grupos de estudantes (n=243): 2 grupos masculinos, 2 femininos, 4 mistos (de consumidores de álcool) e 1 grupo misto de jovens abstémicos. Os dados foram transcritos e analisados de acordo com a metodologia de análise de conteúdo. Resultados: Os participantes identificaram fatores de risco associados à experimentação (ex. atitudes da família face ao consumo) e ao consumo regular de bebidas alcoólicas (ex. gestão de emoções negativas). Foram encontradas diferenças de género na experimentação; as atitudes dos familiares face ao consumo surgem como mais relevantes para os rapazes, enquanto nas raparigas, a influência dos pares parece ter um papel mais preponderante. Conclusões: Os dados revelam diferentes fatores associados ao consumo de álcool na adolescência e identificam diferenças entre géneros. Os programas preventivos devem ter em conta estas diferenças e desenvolver ações suportadas pelas mesmas. Concomitantemente, revela-se importante que estes envolvam os pais, consciencializando-os para a influência dos seus comportamentos nos filhos.

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Bibliographic Details
Main Authors: Brito,Irma, Precioso,José Alberto Gomes, Correia,Cláudia, Albuquerque,Carlos, Samorinha,Catarina, Cunha-Filho,Hilson, Becoña,Elisardo
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde 2015
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000300010
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Description
Summary:De acordo com o último relatório do ESPAD (2012), 74% dos adolescentes portugueses reportaram ter consumido bebidas alcoólicas no último ano, 52% no último mês e 22% reportaram “binge drinking”. O consumo de álcool é um problema grave e prevalente entre os jovens, sendo indispensável identificar fatores associados a este consumo, por forma a desenvolver estratégias preventivas eficazes. Objetivos: Descrever as perceções sobre os fatores de risco e protetores associados à experimentação e ao consumo regular de álcool na adolescência, de acordo com o género. Metodologia: Recorreu-se à técnica de grupos focais, através da metodologia “World Café”. Organizaram-se nove grupos de estudantes (n=243): 2 grupos masculinos, 2 femininos, 4 mistos (de consumidores de álcool) e 1 grupo misto de jovens abstémicos. Os dados foram transcritos e analisados de acordo com a metodologia de análise de conteúdo. Resultados: Os participantes identificaram fatores de risco associados à experimentação (ex. atitudes da família face ao consumo) e ao consumo regular de bebidas alcoólicas (ex. gestão de emoções negativas). Foram encontradas diferenças de género na experimentação; as atitudes dos familiares face ao consumo surgem como mais relevantes para os rapazes, enquanto nas raparigas, a influência dos pares parece ter um papel mais preponderante. Conclusões: Os dados revelam diferentes fatores associados ao consumo de álcool na adolescência e identificam diferenças entre géneros. Os programas preventivos devem ter em conta estas diferenças e desenvolver ações suportadas pelas mesmas. Concomitantemente, revela-se importante que estes envolvam os pais, consciencializando-os para a influência dos seus comportamentos nos filhos.