Exclusão: problematizando o conceito

Este trabalho resulta de indagações sugeridas pela pesquisa "Pedagogias de Esperança nos Movimentos Sociais Populares: Perspectivas para o trabalho, a política e a educação projetadas pelo MST", que vem sendo desenvolvida na UFRGS. Neste texto, problematiza-se o uso da categoria exclusão no que tange à sua potência para identificar se os movimentos sociais populares são capazes de romper processos de exclusão e encontrar alternativas de trabalho, de relações sociais e de educação. Entre as possibilidades de uso da categoria, encontra-se tanto o respaldo em Marx, quando este retraça a gênese da relação capital-trabalho, quanto a denúncia sobre a pobreza e a intolerância como constituintes da "nova questão social". O viés culturalista, a filiação à sociologia durkheiminiana e a imprecisão conceitual, entretanto, impõem limites à categoria, que não consegue alcançar a compreensão da pobreza e do desemprego como produzidos pela luta de classes. Portanto, não consegue apreender os movimentos sociais populares como produtores de alternativas solidárias para o trabalho, a sociedade e a educação.

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Bibliographic Details
Main Author: Ribeiro,Marlene
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo 1999
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97021999000100004
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Summary:Este trabalho resulta de indagações sugeridas pela pesquisa "Pedagogias de Esperança nos Movimentos Sociais Populares: Perspectivas para o trabalho, a política e a educação projetadas pelo MST", que vem sendo desenvolvida na UFRGS. Neste texto, problematiza-se o uso da categoria exclusão no que tange à sua potência para identificar se os movimentos sociais populares são capazes de romper processos de exclusão e encontrar alternativas de trabalho, de relações sociais e de educação. Entre as possibilidades de uso da categoria, encontra-se tanto o respaldo em Marx, quando este retraça a gênese da relação capital-trabalho, quanto a denúncia sobre a pobreza e a intolerância como constituintes da "nova questão social". O viés culturalista, a filiação à sociologia durkheiminiana e a imprecisão conceitual, entretanto, impõem limites à categoria, que não consegue alcançar a compreensão da pobreza e do desemprego como produzidos pela luta de classes. Portanto, não consegue apreender os movimentos sociais populares como produtores de alternativas solidárias para o trabalho, a sociedade e a educação.