Treino de corrida não interfere no desempenho de força de membros superiores
OBJETIVO: O presente estudo avaliou o efeito do exercício de endurance (corrida) sobre o subseqüente desempenho de força de músculos dos membros superiores e do tronco. METODOLOGIA: A amostra foi composta por 13 universitárias, saudáveis e fisicamente ativas. A primeira fase do experimento consistiu na realização de um teste de corrida, simulando uma sessão de treino, com duração de 45 minutos a 70% da FC MAX. Imediatamente após a corrida, foram aplicados testes de força (dinamometria - preensão palmar, teste de 1-RM e teste de repetições máximas a 70%-1RM no supino). A glicemia foi mensurada no início do experimento e imediatamente antes dos testes de força. RESULTADOS: Não foi observada diferença significativa no desempenho dos testes de força após o treino de corrida (dinamometria, 1-RM e REPMAX - sem a prévia execução do treino de corrida - 29,9 ± 3,8 kgf; 34,4 ± 3,1 kg; 1ºset: 12,5 ± 3,3 reps e 2ºset: 11,7 ± 2,7 reps vs. com a prévia execução do treino de corrida - 29,2 ± 3,1 kgf; 33,9 ± 2,5 kg; 1ºset: 13,2 ± 2,1 reps e 2ºset: 12,2 ± 2,8 reps). Com relação à glicemia, não foi detectada alteração significativa durante o experimento. CONCLUSÃO: A execução do treino de corrida não afetou o subseqüente desempenho de força dos membros superiores e do tronco. Esse dado sugere que a interferência, freqüentemente, observada no exercício concorrente, é dependente do grupo muscular treinado. Possivelmente, o efeito adverso induzido pelo treino concorrente, realizado, exclusivamente, com membros inferiores, é decorrente da fadiga residual instalada nos músculos recrutados na atividade anterior. É importante ressaltar que a atividade de endurance não promoveu alteração na concentração plasmática de glicose. A manutenção da glicemia associada à ausência de interferência sobre o desempenho dos testes de força reforça, mais ainda, a hipótese de que o efeito adverso do treinamento concorrente é, provavelmente, causado por alterações periféricas músculo-específicas.
Main Authors: | , , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte
2008
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922008000600014 |
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Summary: | OBJETIVO: O presente estudo avaliou o efeito do exercício de endurance (corrida) sobre o subseqüente desempenho de força de músculos dos membros superiores e do tronco. METODOLOGIA: A amostra foi composta por 13 universitárias, saudáveis e fisicamente ativas. A primeira fase do experimento consistiu na realização de um teste de corrida, simulando uma sessão de treino, com duração de 45 minutos a 70% da FC MAX. Imediatamente após a corrida, foram aplicados testes de força (dinamometria - preensão palmar, teste de 1-RM e teste de repetições máximas a 70%-1RM no supino). A glicemia foi mensurada no início do experimento e imediatamente antes dos testes de força. RESULTADOS: Não foi observada diferença significativa no desempenho dos testes de força após o treino de corrida (dinamometria, 1-RM e REPMAX - sem a prévia execução do treino de corrida - 29,9 ± 3,8 kgf; 34,4 ± 3,1 kg; 1ºset: 12,5 ± 3,3 reps e 2ºset: 11,7 ± 2,7 reps vs. com a prévia execução do treino de corrida - 29,2 ± 3,1 kgf; 33,9 ± 2,5 kg; 1ºset: 13,2 ± 2,1 reps e 2ºset: 12,2 ± 2,8 reps). Com relação à glicemia, não foi detectada alteração significativa durante o experimento. CONCLUSÃO: A execução do treino de corrida não afetou o subseqüente desempenho de força dos membros superiores e do tronco. Esse dado sugere que a interferência, freqüentemente, observada no exercício concorrente, é dependente do grupo muscular treinado. Possivelmente, o efeito adverso induzido pelo treino concorrente, realizado, exclusivamente, com membros inferiores, é decorrente da fadiga residual instalada nos músculos recrutados na atividade anterior. É importante ressaltar que a atividade de endurance não promoveu alteração na concentração plasmática de glicose. A manutenção da glicemia associada à ausência de interferência sobre o desempenho dos testes de força reforça, mais ainda, a hipótese de que o efeito adverso do treinamento concorrente é, provavelmente, causado por alterações periféricas músculo-específicas. |
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