Tratamento farmacológico das psicoses na epilepsia

A epilepsia é uma das causas mais comuns de incapacidade funcional. Comorbidades psiquiátricas, como as psicoses, estão freqüentemente associadas à epilepsia. Psicoses na epilepsia (PNE) requerem tratamento farmacológico mais cuidadoso, levando-se em conta a propensão dos antipsicóticos (AP) em provocar crises convulsivas e o risco de interação farmacocinética com as drogas antiepilépticas (DAE). Após uma breve descrição da classificação e das principais características clínicas das PNE, foram discutidos alguns aspectos gerais do tratamento farmacológico das PNE e o uso de AP típicos e atípicos, destacando seu potencial para diminuir o limiar epileptogênico (LE), bem como possíveis interações AP/DAE. Os AP atípicos, à exceção da clozapina, demonstraram exercer menor influência sobre o LE. Quanto às interações farmacocinéticas, as principais DAE estiveram relacionadas com um aumento importante do metabolismo dos AP. Portanto, apesar do risco para convulsões por AP ser dose-dependente, doses mais elevadas de AP podem ser necessárias no tratamento das PNE.

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Bibliographic Details
Main Authors: Guarnieri,Ricardo, Hallak,Jaime Eduardo Cecílio, Walz,Roger, Velasco,Tonicarlo Rodrigues, Alexandre Júnior,Veriano, Terra-Bustamante,Vera Cristina, Wichert-Ana,Lauro, Sakamoto,Américo Ceiki
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Psiquiatria 2004
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000100014
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Summary:A epilepsia é uma das causas mais comuns de incapacidade funcional. Comorbidades psiquiátricas, como as psicoses, estão freqüentemente associadas à epilepsia. Psicoses na epilepsia (PNE) requerem tratamento farmacológico mais cuidadoso, levando-se em conta a propensão dos antipsicóticos (AP) em provocar crises convulsivas e o risco de interação farmacocinética com as drogas antiepilépticas (DAE). Após uma breve descrição da classificação e das principais características clínicas das PNE, foram discutidos alguns aspectos gerais do tratamento farmacológico das PNE e o uso de AP típicos e atípicos, destacando seu potencial para diminuir o limiar epileptogênico (LE), bem como possíveis interações AP/DAE. Os AP atípicos, à exceção da clozapina, demonstraram exercer menor influência sobre o LE. Quanto às interações farmacocinéticas, as principais DAE estiveram relacionadas com um aumento importante do metabolismo dos AP. Portanto, apesar do risco para convulsões por AP ser dose-dependente, doses mais elevadas de AP podem ser necessárias no tratamento das PNE.