Migração, trabalho na indústria petroquímica e consumo de bebidas alcoólicas

Objetivou-se testar testar a hipótese de uma associação entre migração recente, trabalho na indústria petroquímica e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, avaliando o papel de variáveis socioeconômicas e demográficas como confundidores ou modificadores de efeito. Foi empregada uma amostra aleatória de 452 chefes de família entre 18 e 60 anos de idade, proveniente de um inquérito de saúde conduzido com famílias que residiam em uma área industrial da Região Metropolitana de Salvador, Bahia, Brasil. Apenas os trabalhadores do setor industrial foram incluídos na análise (n = 299). Consumidores de bebidas alcoólicas foram identificados com o Questionário de Morbidade Psiquiátrica de Adultos, QMPA, aplicado por entrevistadores treinados a informantes chave de cada família selecionada. Migrantes recentes foram definidos como aqueles que tinham até dois anos de residência no local. A prevalência de consumo exagerado de álcool foi maior entre trabalhadores da indústria petroquímica e entre migrantes recentes, em comparação aos trabalhadores de outras indústrias e não migrantes recentes, respectivamente. Petroquímicos migrantes recentes apresentaram uma prevalência de consumo de bebidas alcoólicas 3,4 vezes superior ao grupo de referência. Migração recente e trabalho na indústria petroquímica são fatores de risco potenciais para o consumo de bebidas alcoólicas, por um efeito sinérgico entre essas duas variáveis. Os resultados sugerem a escolaridade como fator de proteção para o consumo de álcool, apenas entre não migrantes recentes nessa população de estudo.

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Bibliographic Details
Main Authors: Santana,Vilma S., Khoury,Mauro, Andrade,Charles de, Novato,Agnese, Almeida Filho,Naomar de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Saúde Coletiva 1998
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X1998000200005
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Summary:Objetivou-se testar testar a hipótese de uma associação entre migração recente, trabalho na indústria petroquímica e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, avaliando o papel de variáveis socioeconômicas e demográficas como confundidores ou modificadores de efeito. Foi empregada uma amostra aleatória de 452 chefes de família entre 18 e 60 anos de idade, proveniente de um inquérito de saúde conduzido com famílias que residiam em uma área industrial da Região Metropolitana de Salvador, Bahia, Brasil. Apenas os trabalhadores do setor industrial foram incluídos na análise (n = 299). Consumidores de bebidas alcoólicas foram identificados com o Questionário de Morbidade Psiquiátrica de Adultos, QMPA, aplicado por entrevistadores treinados a informantes chave de cada família selecionada. Migrantes recentes foram definidos como aqueles que tinham até dois anos de residência no local. A prevalência de consumo exagerado de álcool foi maior entre trabalhadores da indústria petroquímica e entre migrantes recentes, em comparação aos trabalhadores de outras indústrias e não migrantes recentes, respectivamente. Petroquímicos migrantes recentes apresentaram uma prevalência de consumo de bebidas alcoólicas 3,4 vezes superior ao grupo de referência. Migração recente e trabalho na indústria petroquímica são fatores de risco potenciais para o consumo de bebidas alcoólicas, por um efeito sinérgico entre essas duas variáveis. Os resultados sugerem a escolaridade como fator de proteção para o consumo de álcool, apenas entre não migrantes recentes nessa população de estudo.