A construção do "Real" e práticas discursivas: o poder nos processos de institucionaliz(ação)
A partir de uma crítica das bases epistemológicas e ontológicas do neo-institucionalismo, este artigo defende a potencialidade da aplicação da perspectiva pós-estruturalista, particularmente aquela apresentada por Michel Foucault, à abordagem institucional. Essa proposta teórica - que incorpora uma dimensão negligenciada nas análises institucionais, especialmente, no campo das organizações (o poder) - apresenta a vantagem de contribuir para uma melhor compreensão das dinâmicas de institucionalização. Para isso é preciso operar a partir da superação da dicotomia objetividade/subjetividade, tão presente nos estudos institucionais. Por fim, são rediscutidos os processos de institucionalização, tomando por base o novo referencial e destacando-se por que determinadas práticas se institucionalizam. Ao propor que os processos institucionais ocorrem dentro de campos discursivos, o argumento apresentado é o de que tais processos servem à produtividade das relações de poder nesses campos. Práticas que são institucionalizadas são práticas que funcionam, ou seja, práticas necessárias e úteis ao exercício do poder.
Main Authors: | , , |
---|---|
Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração
2006
|
Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552006000300004 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
Summary: | A partir de uma crítica das bases epistemológicas e ontológicas do neo-institucionalismo, este artigo defende a potencialidade da aplicação da perspectiva pós-estruturalista, particularmente aquela apresentada por Michel Foucault, à abordagem institucional. Essa proposta teórica - que incorpora uma dimensão negligenciada nas análises institucionais, especialmente, no campo das organizações (o poder) - apresenta a vantagem de contribuir para uma melhor compreensão das dinâmicas de institucionalização. Para isso é preciso operar a partir da superação da dicotomia objetividade/subjetividade, tão presente nos estudos institucionais. Por fim, são rediscutidos os processos de institucionalização, tomando por base o novo referencial e destacando-se por que determinadas práticas se institucionalizam. Ao propor que os processos institucionais ocorrem dentro de campos discursivos, o argumento apresentado é o de que tais processos servem à produtividade das relações de poder nesses campos. Práticas que são institucionalizadas são práticas que funcionam, ou seja, práticas necessárias e úteis ao exercício do poder. |
---|