... e no começo era a fome: três movimentos da dietética na criação do homem

Curiosamente, os mitos que conhecemos para dar conta da existencia humana tocam indiscutivelmente a presença da dietética, como condição inerente à hominização do vivente. Isso pode ser constatado nos mitos do Gênesis, de Theuth e do Pai da horda primitiva, mediante o texto "Totem e tabu". Essa constatação torna atual o aforismo de Schiller, ressaltando que a fome e o amor aparecem como a mola do universo. Essa questão, impõe, de princípio, uma reflexão sobre a importância do traço da dietética como uma marca na qual o homem constrói, mediante essa ação, um sentido à existência. Com isso, trabalhamos com a hipótese de que a dietética pos-sibilita uma referência epistêmica constante para o entendimento do lugar que o homem ocupa subjetivamente em determinada época; e, sobretudo, apresenta-se como uma linha de trabalho psicanalítico promissora, quando ratifica o sujeito como um produto da passagem realizada da natureza à cultura.

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Bibliographic Details
Main Author: Carneiro,Henrique Figueiredo
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental 2000
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142000000200060
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Description
Summary:Curiosamente, os mitos que conhecemos para dar conta da existencia humana tocam indiscutivelmente a presença da dietética, como condição inerente à hominização do vivente. Isso pode ser constatado nos mitos do Gênesis, de Theuth e do Pai da horda primitiva, mediante o texto "Totem e tabu". Essa constatação torna atual o aforismo de Schiller, ressaltando que a fome e o amor aparecem como a mola do universo. Essa questão, impõe, de princípio, uma reflexão sobre a importância do traço da dietética como uma marca na qual o homem constrói, mediante essa ação, um sentido à existência. Com isso, trabalhamos com a hipótese de que a dietética pos-sibilita uma referência epistêmica constante para o entendimento do lugar que o homem ocupa subjetivamente em determinada época; e, sobretudo, apresenta-se como uma linha de trabalho psicanalítico promissora, quando ratifica o sujeito como um produto da passagem realizada da natureza à cultura.