Mapeamento dos Riscos Psicossociais no SAMU/DF

Resumo Com o objetivo de mapear os riscos psicossociais no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Distrito Federal, este estudo baseia-se nos preceitos da teoria da Psicodinâmica do Trabalho (PdT), para pensar as relações entre saúde e trabalho e as implicações da relação organização do trabalho, gestão e trabalhador, envolvendo a noção de intersubjetividade. Propõe-se que a intersubjetividade pode ser investigada, ainda que de maneira indireta, em instrumentos de avaliação por meio de categorias empíricas, fundamentadas teoricamente em abordagens críticas e clínicas como a Psicodinâmica do Trabalho e a Psicanálise. Como ferramenta quantitativa optou-se por aplicar o Protocolo de Avaliação dos Riscos Psicossociais (PROART), uma ferramenta desenvolvida no Brasil, que abarca a investigação de quatro dimensões que envolvem a relação trabalhador-organização do trabalho, a saber: organização prescrita do trabalho (normas e regras instituídas); estilos de gestão; sofrimento patogênico; e danos psicossociais. Como amostra de conveniência, também foram realizadas cinco entrevistas semiestruturadas para investigar os dados fornecidos referentes aos adoecimentos. Os resultados obtidos apontam que os riscos psicossociais mais críticos para o desenvolvimento da tarefa referem-se à insuficiência de recursos de trabalho, espaço físico inadequado, equipe reduzida e injustiça na distribuição de tarefas. Também é relatado o forte controle das regras e valorização da hierarquia. O sofrimento patogênico refere-se à exaustão emocional, expressa pelos respondentes na submissão do trabalho às decisões políticas, ao cansaço e desgaste pelo excesso de horas extras e esforço físico nos atendimentos. Os resultados puderam embasar discussões para ações e políticas de prevenção em saúde e trabalho.

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Bibliographic Details
Main Authors: Araujo,Luciane Kozicz Reis, Oliveira,Simone Santos
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Conselho Federal de Psicologia 2019
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932019000100126
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Summary:Resumo Com o objetivo de mapear os riscos psicossociais no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Distrito Federal, este estudo baseia-se nos preceitos da teoria da Psicodinâmica do Trabalho (PdT), para pensar as relações entre saúde e trabalho e as implicações da relação organização do trabalho, gestão e trabalhador, envolvendo a noção de intersubjetividade. Propõe-se que a intersubjetividade pode ser investigada, ainda que de maneira indireta, em instrumentos de avaliação por meio de categorias empíricas, fundamentadas teoricamente em abordagens críticas e clínicas como a Psicodinâmica do Trabalho e a Psicanálise. Como ferramenta quantitativa optou-se por aplicar o Protocolo de Avaliação dos Riscos Psicossociais (PROART), uma ferramenta desenvolvida no Brasil, que abarca a investigação de quatro dimensões que envolvem a relação trabalhador-organização do trabalho, a saber: organização prescrita do trabalho (normas e regras instituídas); estilos de gestão; sofrimento patogênico; e danos psicossociais. Como amostra de conveniência, também foram realizadas cinco entrevistas semiestruturadas para investigar os dados fornecidos referentes aos adoecimentos. Os resultados obtidos apontam que os riscos psicossociais mais críticos para o desenvolvimento da tarefa referem-se à insuficiência de recursos de trabalho, espaço físico inadequado, equipe reduzida e injustiça na distribuição de tarefas. Também é relatado o forte controle das regras e valorização da hierarquia. O sofrimento patogênico refere-se à exaustão emocional, expressa pelos respondentes na submissão do trabalho às decisões políticas, ao cansaço e desgaste pelo excesso de horas extras e esforço físico nos atendimentos. Os resultados puderam embasar discussões para ações e políticas de prevenção em saúde e trabalho.