Psicologia e inclusão escolar: reflexões sobre o processo de subjetivação de professores

Subsidiada pela teoria da subjetividade de Gonzalez Rey, esta pesquisa teve como objetivo compreender as relações de subjetivação de professores no processo de inclusão escolar. Participaram do estudo três professoras, uma da educação infantil e duas do ensino fundamental, de uma escola particular da região do ABCD/SP, que tinham em suas turmas alunos com necessidades especiais. Os procedimentos metodológicos utilizados foram observações, sistemas conversacionais e entrevistas de aprofundamento, realizadas ao longo de nove meses, tempo em que a pesquisadora permaneceu no campo. As informações acessadas foram organizadas em três eixos de análise: 1) necessidade / impossibilidade de atividades pedagógicas diferenciadas, 2) consideração / desconsideração da complexidade do desenvolvimento e 3) possibilidades reduzidas de identificação / pertença. Como resultado evidenciou-se uma relação de interdependência entre os espaços vividos pelas professoras e a configuração de sentidos em relação à inclusão. Tal constatação é indicativa da urgência de investimento na criação de condições que possibilitem aos professores se posicionar, discordar, concordar, se submeter e subverter, em um processo reflexivo sobre suas reais possibilidades de ação.

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Bibliographic Details
Main Authors: Gomes,Claudia, Souza,Vera Lucia Trevisan de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Conselho Federal de Psicologia 2012
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932012000300006
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Summary:Subsidiada pela teoria da subjetividade de Gonzalez Rey, esta pesquisa teve como objetivo compreender as relações de subjetivação de professores no processo de inclusão escolar. Participaram do estudo três professoras, uma da educação infantil e duas do ensino fundamental, de uma escola particular da região do ABCD/SP, que tinham em suas turmas alunos com necessidades especiais. Os procedimentos metodológicos utilizados foram observações, sistemas conversacionais e entrevistas de aprofundamento, realizadas ao longo de nove meses, tempo em que a pesquisadora permaneceu no campo. As informações acessadas foram organizadas em três eixos de análise: 1) necessidade / impossibilidade de atividades pedagógicas diferenciadas, 2) consideração / desconsideração da complexidade do desenvolvimento e 3) possibilidades reduzidas de identificação / pertença. Como resultado evidenciou-se uma relação de interdependência entre os espaços vividos pelas professoras e a configuração de sentidos em relação à inclusão. Tal constatação é indicativa da urgência de investimento na criação de condições que possibilitem aos professores se posicionar, discordar, concordar, se submeter e subverter, em um processo reflexivo sobre suas reais possibilidades de ação.