A validade teórica em avaliação psicológica

O objetivo deste texto é argumentar sobre a importância do respaldo teórico na interpretação de técnicas projetivas, ou métodos de auto-expressão, conferindo-lhes validade para além do que a psicometria permite. Procura-se demonstrar os pontos comuns em diversas teorias que elucidam a maneira como se estrutura a mente e a personalidade e como conteúdos ideacionais e afetivos são organizados em redes complexas. Uma vez que as respostas nas situações de investigação psicológica reproduzem os componentes afetivos e ideacionais das redes mentais, suas conexões e a qualidade das construções resultantes, que são consideradas coerentes e razoáveis em relação ao que foi experimentado pela pessoa examinada, o que interessa são as configurações e a dramaturgia presentes bem como sua plausibilidade em relação ao vivido, e não necessariamente quantidades e sintomas. Sendo assim, a validade das interpretações deve ser considerada principalmente a partir da teoria, erguida sobre observações clínicas anteriores, e sua fidedignidade só é possível com base no domínio do conhecimento teórico, da experiência clínica e do desenvolvimento mental do profissional que investiga.

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Bibliographic Details
Main Author: Villemor-Amaral,Anna Elisa de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Conselho Federal de Psicologia 2008
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000100008
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Summary:O objetivo deste texto é argumentar sobre a importância do respaldo teórico na interpretação de técnicas projetivas, ou métodos de auto-expressão, conferindo-lhes validade para além do que a psicometria permite. Procura-se demonstrar os pontos comuns em diversas teorias que elucidam a maneira como se estrutura a mente e a personalidade e como conteúdos ideacionais e afetivos são organizados em redes complexas. Uma vez que as respostas nas situações de investigação psicológica reproduzem os componentes afetivos e ideacionais das redes mentais, suas conexões e a qualidade das construções resultantes, que são consideradas coerentes e razoáveis em relação ao que foi experimentado pela pessoa examinada, o que interessa são as configurações e a dramaturgia presentes bem como sua plausibilidade em relação ao vivido, e não necessariamente quantidades e sintomas. Sendo assim, a validade das interpretações deve ser considerada principalmente a partir da teoria, erguida sobre observações clínicas anteriores, e sua fidedignidade só é possível com base no domínio do conhecimento teórico, da experiência clínica e do desenvolvimento mental do profissional que investiga.