Homens e violência conjugal: uma análise de estudos brasileiros

O estudo analisou qualitativamente 54 textos brasileiros sobre homens e violência conjugal, relacionados a atividades de pesquisa ou de intervenção. Primeiramente caracterizou-se o material quanto aos temas abordados, ao foco principal e ao tipo de texto. A seguir fizeram-se sínteses e análises das principais considerações dos textos a partir dos eixos temáticos encontrados: diferentes inteligibilidades da problemática, magnitude da violência conjugal, sentidos de homens relacionados à violência e intervenções e/ou políticas junto a homens agressores. A análise teve como parâmetro o ramo de discussões nacionais e internacionais que se esforça por ultrapassar a polêmica em torno da definição do problema como "violência de gênero" ou "violência conjugal", cunhando sobretudo o pressuposto de que existem diversos estilos de conjugalidade violenta. Concluiu-se que a maior unanimidade dos estudos é pensar a problemática como questão relacional de gênero. Defendeu-se, por fim, a ideia de que a escolha da melhor abordagem articuladora entre os polos da polêmica ainda demanda mais investigações, com metodologias qualitativas junto a atores de diferentes camadas e grupos sociais. Quanto às intervenções, propõem-se investimentos no maior número possível de alternativas, valorizando a singularidade dos casos.

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Bibliographic Details
Main Authors: Oliveira,Kátia Lenz Cesar de, Gomes,Romeu
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva 2011
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000500009
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Summary:O estudo analisou qualitativamente 54 textos brasileiros sobre homens e violência conjugal, relacionados a atividades de pesquisa ou de intervenção. Primeiramente caracterizou-se o material quanto aos temas abordados, ao foco principal e ao tipo de texto. A seguir fizeram-se sínteses e análises das principais considerações dos textos a partir dos eixos temáticos encontrados: diferentes inteligibilidades da problemática, magnitude da violência conjugal, sentidos de homens relacionados à violência e intervenções e/ou políticas junto a homens agressores. A análise teve como parâmetro o ramo de discussões nacionais e internacionais que se esforça por ultrapassar a polêmica em torno da definição do problema como "violência de gênero" ou "violência conjugal", cunhando sobretudo o pressuposto de que existem diversos estilos de conjugalidade violenta. Concluiu-se que a maior unanimidade dos estudos é pensar a problemática como questão relacional de gênero. Defendeu-se, por fim, a ideia de que a escolha da melhor abordagem articuladora entre os polos da polêmica ainda demanda mais investigações, com metodologias qualitativas junto a atores de diferentes camadas e grupos sociais. Quanto às intervenções, propõem-se investimentos no maior número possível de alternativas, valorizando a singularidade dos casos.