Percepções de gestores e profissionais de saúde sobre a atenção aos idosos vítimas de violências no município do Rio de Janeiro (RJ, Brasil)

Este artigo expõe a visão de gestores e profissionais de saúde sobre a atenção aos idosos vítimas de violências no município do Rio de Janeiro, evidenciando as especificidades dessa atenção nas esferas pré-hospitalar, hospitalar e de reabilitação, e abrangendo também os serviços de saúde mental. Com base na metodologia qualitativa, foram realizadas vinte entrevistas semiestruturadas com gestores e profissionais de saúde. A análise considerou as percepções da violência contra idosos e as especificidades da atenção fornecida pelos serviços da rede SUS aos idosos vitimizados. O Estado, a família e as organizações de apoio social emergiram como categorias estruturantes da rede de atenção aos idosos em situação de violência. Em todas as esferas de atenção constatou-se a insuficiência de serviços ou programas específicos para atendimento a esses idosos, bem como a precariedade da rede de apoio social para cuidado da pessoa idosa dependente. Com poucas exceções, o idoso é atendido como mais um nos serviços públicos de saúde, sem a prioridade determinada pelo Estatuto do Idoso. A família é chamada a participar da atenção aos idosos em todas as esferas de atenção. Foram relatadas histórias de abandono, negligência, abusos físicos e psicológicos contra idosos.

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Bibliographic Details
Main Authors: Cavalcanti,Maria de Lourdes Tavares, Souza,Edinilsa Ramos de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva 2010
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000600008
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Description
Summary:Este artigo expõe a visão de gestores e profissionais de saúde sobre a atenção aos idosos vítimas de violências no município do Rio de Janeiro, evidenciando as especificidades dessa atenção nas esferas pré-hospitalar, hospitalar e de reabilitação, e abrangendo também os serviços de saúde mental. Com base na metodologia qualitativa, foram realizadas vinte entrevistas semiestruturadas com gestores e profissionais de saúde. A análise considerou as percepções da violência contra idosos e as especificidades da atenção fornecida pelos serviços da rede SUS aos idosos vitimizados. O Estado, a família e as organizações de apoio social emergiram como categorias estruturantes da rede de atenção aos idosos em situação de violência. Em todas as esferas de atenção constatou-se a insuficiência de serviços ou programas específicos para atendimento a esses idosos, bem como a precariedade da rede de apoio social para cuidado da pessoa idosa dependente. Com poucas exceções, o idoso é atendido como mais um nos serviços públicos de saúde, sem a prioridade determinada pelo Estatuto do Idoso. A família é chamada a participar da atenção aos idosos em todas as esferas de atenção. Foram relatadas histórias de abandono, negligência, abusos físicos e psicológicos contra idosos.