Aporte de serapilheira na borda de fragmentos florestais em diferentes estágios sucessionais na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil

Resumo A serapilheira é a camada mais superficial do piso florestal e analisar sua deposição é fundamental para avaliar a estabilidade de uma das principais rotas da ciclagem de nutrientes em fragmentos florestais. O objetivo do trabalho foi avaliar o aporte de serapilheira na borda de três fragmentos florestais de Mata Atlântica, em diferentes estágios de sucessão (transitório e maduro), localizados na Floresta Nacional de Nísia Floresta (Rio Grande do Norte, Brasil). Foram instalados 54 coletores, 18 em cada fragmento, distanciados de 0 m a 100 m em relação à borda e, mensalmente, durante 12 meses, foram coletados todo o material aportado. O material foi seco em estufa a 65 °C por 48 h e pesado em balança de precisão. A deposição anual total no gradiente borda interior foi de 3227,90 kg ha-1 (fragmento I), 3315,60 kg ha-1 (fragmento II) e 1775,90 kg ha-1 (fragmento III). Somente para o fragmento III foi verificado diferenças estatísticas no aporte de serapilheira da borda para o interior com valores variando entre 93,87 kg ha-1 ano-1 (borda) a 261,7 kg ha-1 ano-1 (100 m). O maior aporte no fragmento II se deu, a princípio, em razão da diversidade de espécies e maior porte dos indivíduos adultos. O aporte de serapilheira teve comportamento sazonal apresentando maior deposição no período seco, indicando que a pluviosidade atua como agente regulador desse material. Além disso, a borda de fragmentos florestais em estágio inicial de sucessão tende a depositar menor quantidade de serapilheira no piso florestal.

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Bibliographic Details
Main Authors: Câmara,Yasmim Borges, Holanda,Alan Cauê de, Costa,Emanoelle Josephine Pereira da
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Instituto de Ecología A.C. 2021
Online Access:http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1405-04712021000200211
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Summary:Resumo A serapilheira é a camada mais superficial do piso florestal e analisar sua deposição é fundamental para avaliar a estabilidade de uma das principais rotas da ciclagem de nutrientes em fragmentos florestais. O objetivo do trabalho foi avaliar o aporte de serapilheira na borda de três fragmentos florestais de Mata Atlântica, em diferentes estágios de sucessão (transitório e maduro), localizados na Floresta Nacional de Nísia Floresta (Rio Grande do Norte, Brasil). Foram instalados 54 coletores, 18 em cada fragmento, distanciados de 0 m a 100 m em relação à borda e, mensalmente, durante 12 meses, foram coletados todo o material aportado. O material foi seco em estufa a 65 °C por 48 h e pesado em balança de precisão. A deposição anual total no gradiente borda interior foi de 3227,90 kg ha-1 (fragmento I), 3315,60 kg ha-1 (fragmento II) e 1775,90 kg ha-1 (fragmento III). Somente para o fragmento III foi verificado diferenças estatísticas no aporte de serapilheira da borda para o interior com valores variando entre 93,87 kg ha-1 ano-1 (borda) a 261,7 kg ha-1 ano-1 (100 m). O maior aporte no fragmento II se deu, a princípio, em razão da diversidade de espécies e maior porte dos indivíduos adultos. O aporte de serapilheira teve comportamento sazonal apresentando maior deposição no período seco, indicando que a pluviosidade atua como agente regulador desse material. Além disso, a borda de fragmentos florestais em estágio inicial de sucessão tende a depositar menor quantidade de serapilheira no piso florestal.