Bakhtinianas: usar Mikhail Bakhtin para a etnografia das práticas quotidianas do trabalho
Neste texto vamos mostrar, a partir de uma pesquisa sobre o mundo do trabalho industrial, a relevância que têm as propostas intelectuais de Mikhail Bakhtin para a etnografia. Depois de procedermos a uma caracterização do terreno de pesquisa, salientamos a pertinência que têm noções como “eventicidade”, “contexto de enunciação” e “cronotopo” para a etnografia. Estas noções não são tratadas com pretensões hermenêuticas, mas sempre para mostrar a sua heuristicidade para a pesquisa etnográfica das práticas quotidianas do trabalho. O texto termina avançando uma proposta de sintonização da etnografia com as exigências do modo de “pensamento participativo”. A implicação imediata do investigador com os eventos concretos e singulares, sem renunciar, muito pelo contrário, ao uso de instrumentos conceptuais da autorreflexividade, torna salientes os limites e virtualidades do entendimento da etnografia como processo de conhecimento em ato.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Centro em Rede de Investigação em Antropologia - CRIA
2016
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612016000300001 |
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Summary: | Neste texto vamos mostrar, a partir de uma pesquisa sobre o mundo do trabalho industrial, a relevância que têm as propostas intelectuais de Mikhail Bakhtin para a etnografia. Depois de procedermos a uma caracterização do terreno de pesquisa, salientamos a pertinência que têm noções como “eventicidade”, “contexto de enunciação” e “cronotopo” para a etnografia. Estas noções não são tratadas com pretensões hermenêuticas, mas sempre para mostrar a sua heuristicidade para a pesquisa etnográfica das práticas quotidianas do trabalho. O texto termina avançando uma proposta de sintonização da etnografia com as exigências do modo de “pensamento participativo”. A implicação imediata do investigador com os eventos concretos e singulares, sem renunciar, muito pelo contrário, ao uso de instrumentos conceptuais da autorreflexividade, torna salientes os limites e virtualidades do entendimento da etnografia como processo de conhecimento em ato. |
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