Articulações entre vida pessoal, familiar e profissional no contexto das instituições de ensino superior e científicas: A experiência de investigadoras e docentes durante a pandemia da Covid-19 em Portugal
Resumo As desigualdades de género na academia neoliberal têm vindo a ser abordadas através de diferentes perspetivas: articulação entre vida privada, familiar e profissional; divisão desigual do trabalho administrativo; expectativas dissemelhantes em relação ao trabalho emocional; assédio moral, entre outros. A pandemia exacerbou estas desigualdades, ao mesmo tempo que trouxe novos desafios para as docentes e investigadoras. A implementação do modelo de trabalho remoto nas instituições de ensino superior e científicas concomitante com a suspensão das aulas presenciais em creches e escolas, bem como com a interrupção dos serviços de apoios ao cuidado de pessoas adultas em situação de dependência, impôs novos contratempos para a articulação das exigências da vida pessoal, familiar e profissional para as mulheres. A partir de uma metodologia mista que engloba um inquérito online (n = 607), dois grupos focais com docentes, investigadores e investigadoras, e 17 entrevistas em profundidade com mulheres que exercem atividades de docência e de investigação, procurámos analisar de que forma, no contexto das instituições de ensino superior e científicas portuguesas, as mulheres experienciaram e negociaram a passagem para o trabalho remoto no que diz respeito às demandas de articulação entre vida privada, pessoal e profissional.
Main Authors: | , , , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais
2021
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-83802021000200043 |
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Summary: | Resumo As desigualdades de género na academia neoliberal têm vindo a ser abordadas através de diferentes perspetivas: articulação entre vida privada, familiar e profissional; divisão desigual do trabalho administrativo; expectativas dissemelhantes em relação ao trabalho emocional; assédio moral, entre outros. A pandemia exacerbou estas desigualdades, ao mesmo tempo que trouxe novos desafios para as docentes e investigadoras. A implementação do modelo de trabalho remoto nas instituições de ensino superior e científicas concomitante com a suspensão das aulas presenciais em creches e escolas, bem como com a interrupção dos serviços de apoios ao cuidado de pessoas adultas em situação de dependência, impôs novos contratempos para a articulação das exigências da vida pessoal, familiar e profissional para as mulheres. A partir de uma metodologia mista que engloba um inquérito online (n = 607), dois grupos focais com docentes, investigadores e investigadoras, e 17 entrevistas em profundidade com mulheres que exercem atividades de docência e de investigação, procurámos analisar de que forma, no contexto das instituições de ensino superior e científicas portuguesas, as mulheres experienciaram e negociaram a passagem para o trabalho remoto no que diz respeito às demandas de articulação entre vida privada, pessoal e profissional. |
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