Análise Ergonômica do Trabalho no Brasil: transferência tecnológica bem-sucedida?

Objetivo: analisar o desenvolvimento da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) no Brasil. Métodos: considerando-se a AET como tecnologia social, foi feita análise do processo de transferência tecnológica, comparando-se as características de seu emprego e de seu desenvolvimento na França e no Brasil. Resultados: a Ergonomia da Atividade foi introduzida no Brasil para enfrentar os problemas de condições de trabalho decorrentes do desenvolvimento industrial nos anos de 1970. No caso da França, a representação dos trabalhadores nas empresas assegura as condições sociais necessárias para a produção de conhecimentos sobre o trabalho real baseado no olhar etnográfico. No Brasil, embora prescrita na legislação, a prática da AET não está respaldada em construção social que permita a produção e o controle do uso dos conhecimentos sobre as atividades de trabalho. Observam-se, todavia, desenvolvimentos em diversas áreas, tais como no serviço público ou na indústria estatal de petróleo, e de novas metodologias a serviço da ação pública. Conclusão: embora as condições sociais para o emprego da AET sejam diferentes, a AET no Brasil tem contribuído com o campo da Saúde do Trabalhador, mas seu futuro depende de novos arranjos sociais para sustentar a prática baseada na etnografia.

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Bibliographic Details
Main Authors: Jackson Filho,José Marçal, Lima,Francisco de Paula Antunes
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO 2015
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572015000100012
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Summary:Objetivo: analisar o desenvolvimento da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) no Brasil. Métodos: considerando-se a AET como tecnologia social, foi feita análise do processo de transferência tecnológica, comparando-se as características de seu emprego e de seu desenvolvimento na França e no Brasil. Resultados: a Ergonomia da Atividade foi introduzida no Brasil para enfrentar os problemas de condições de trabalho decorrentes do desenvolvimento industrial nos anos de 1970. No caso da França, a representação dos trabalhadores nas empresas assegura as condições sociais necessárias para a produção de conhecimentos sobre o trabalho real baseado no olhar etnográfico. No Brasil, embora prescrita na legislação, a prática da AET não está respaldada em construção social que permita a produção e o controle do uso dos conhecimentos sobre as atividades de trabalho. Observam-se, todavia, desenvolvimentos em diversas áreas, tais como no serviço público ou na indústria estatal de petróleo, e de novas metodologias a serviço da ação pública. Conclusão: embora as condições sociais para o emprego da AET sejam diferentes, a AET no Brasil tem contribuído com o campo da Saúde do Trabalhador, mas seu futuro depende de novos arranjos sociais para sustentar a prática baseada na etnografia.