As auxiliares de guerra da “Nação Armada” (1942-1945)

Resumo Este artigo é uma análise sobre a criação de grupos militarizados auxiliares de guerra, compostos por mulheres, que atuaram nas cidades de Santos, São Paulo e Rio de Janeiro, no período de 1942-1945. Utilizando periódicos, fotografias e fonte orais, discuto o lugar das auxiliares de guerra perante a chamada política da Nação Armada de um Brasil em Guerra. Inexistentes na História oficial do Exército Brasileiro, militarizadas, porém, desprovidas do status de militares, cerca de três mil mulheres se apropriaram de diversos conhecimentos militares e executaram atividades militarizadas no período de 1942-1945. A presença convocada de um “feminino militar” só viria a se repetir no Brasil em fins da década de 1980. Em meio ao uso político da guerra pelo varguismo, essas mulheres simultaneamente eram invocadas como maternais cuidadoras e parte significativa da corajosa retaguarda da nação. As mulheres, em geral, como propaganda política, foram peça central no tecer da nação, para além do espaço privado/doméstico. As auxiliares de guerra, em específico, foram patrioticamente militarizadas e alçadas ao lugar de destemidas e responsáveis pela cidade e sua população.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: MOREIRA,Rosemeri
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais 2020
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-87752020000300815
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Resumo Este artigo é uma análise sobre a criação de grupos militarizados auxiliares de guerra, compostos por mulheres, que atuaram nas cidades de Santos, São Paulo e Rio de Janeiro, no período de 1942-1945. Utilizando periódicos, fotografias e fonte orais, discuto o lugar das auxiliares de guerra perante a chamada política da Nação Armada de um Brasil em Guerra. Inexistentes na História oficial do Exército Brasileiro, militarizadas, porém, desprovidas do status de militares, cerca de três mil mulheres se apropriaram de diversos conhecimentos militares e executaram atividades militarizadas no período de 1942-1945. A presença convocada de um “feminino militar” só viria a se repetir no Brasil em fins da década de 1980. Em meio ao uso político da guerra pelo varguismo, essas mulheres simultaneamente eram invocadas como maternais cuidadoras e parte significativa da corajosa retaguarda da nação. As mulheres, em geral, como propaganda política, foram peça central no tecer da nação, para além do espaço privado/doméstico. As auxiliares de guerra, em específico, foram patrioticamente militarizadas e alçadas ao lugar de destemidas e responsáveis pela cidade e sua população.