Sobrevida específica de pacientes com câncer de mama não-metastático submetidas à quimioterapia adjuvante

OBJETIVO: Analisar a sobrevida específica de cinco anos em mulheres com câncer de mama invasivo não-metastático, e que foram submetidas à cirurgia com intenção curativa e quimioterapia adjuvante. MÉTODOS: Foram selecionadas 428 pacientes a partir de todos os serviços de oncologia da cidade de Juiz de Fora (MG) com diagnóstico da doença efetuado entre janeiro de 1998 e dezembro de 2000. A data do diagnóstico histopatológico da doença foi considerada como início do tempo de sobrevida e a data do óbito pela doença foi considerada como o evento adverso. Foram censuradas as mulheres que permaneceram vivas até dezembro de 2005, data final do seguimento. Para aquelas que interromperam o seguimento, a data da censura foi referente ao último acompanhamento no registro médico. As curvas de sobrevida foram estimadas pelo método de Kaplan-Meier e as diferenças observadas foram avaliadas pelo teste de log-rank. RESULTADOS: A idade média das pacientes foi de 51,2 anos, sendo a maioria das pacientes (72,6%) da raça branca. Os estadios clínicos predominantes foram II (47,4%) e III (38,6%). A função de sobrevida específica para o câncer de mama, no período de cinco anos, foi de 82%. Entre as principais características associadas com uma melhor sobrevida na população de estudo destacaram-se: pré-menopausa (p=0,02), raça branca (p=0,08), tamanho do tumor < 2,0cm (p=0,05), ausência de comprometimento linfonodal (p=0,000), estádios mais precoces da doença (p=0,000), realização de ciclos completos de quimioterapia adjuvante (p=0,03) e uso de hormonioterapia (p=0,05). CONCLUSÃO: Esta pesquisa possibilitou uma melhor caracterização do perfil e da sobrevida de pacientes com câncer de mama que utilizaram terapia quimioterápica adjuvante. Foi constatada a necessidade de ampliação, por parte dos órgãos competentes do setor de saúde local, do rastreamento do câncer de mama, especialmente para o grupo de mulheres considerado como de maior risco, bem como a garantia de tratamento oportuno para todos os casos diagnosticados, o que poderá influenciar positivamente o prognóstico da doença.

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Bibliographic Details
Main Authors: Cintra,Jane Rocha Duarte, Guerra,Maximiliano Ribeiro, Bustamante-Teixeira,Maria Teresa
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Médica Brasileira 2008
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000400020
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Description
Summary:OBJETIVO: Analisar a sobrevida específica de cinco anos em mulheres com câncer de mama invasivo não-metastático, e que foram submetidas à cirurgia com intenção curativa e quimioterapia adjuvante. MÉTODOS: Foram selecionadas 428 pacientes a partir de todos os serviços de oncologia da cidade de Juiz de Fora (MG) com diagnóstico da doença efetuado entre janeiro de 1998 e dezembro de 2000. A data do diagnóstico histopatológico da doença foi considerada como início do tempo de sobrevida e a data do óbito pela doença foi considerada como o evento adverso. Foram censuradas as mulheres que permaneceram vivas até dezembro de 2005, data final do seguimento. Para aquelas que interromperam o seguimento, a data da censura foi referente ao último acompanhamento no registro médico. As curvas de sobrevida foram estimadas pelo método de Kaplan-Meier e as diferenças observadas foram avaliadas pelo teste de log-rank. RESULTADOS: A idade média das pacientes foi de 51,2 anos, sendo a maioria das pacientes (72,6%) da raça branca. Os estadios clínicos predominantes foram II (47,4%) e III (38,6%). A função de sobrevida específica para o câncer de mama, no período de cinco anos, foi de 82%. Entre as principais características associadas com uma melhor sobrevida na população de estudo destacaram-se: pré-menopausa (p=0,02), raça branca (p=0,08), tamanho do tumor < 2,0cm (p=0,05), ausência de comprometimento linfonodal (p=0,000), estádios mais precoces da doença (p=0,000), realização de ciclos completos de quimioterapia adjuvante (p=0,03) e uso de hormonioterapia (p=0,05). CONCLUSÃO: Esta pesquisa possibilitou uma melhor caracterização do perfil e da sobrevida de pacientes com câncer de mama que utilizaram terapia quimioterápica adjuvante. Foi constatada a necessidade de ampliação, por parte dos órgãos competentes do setor de saúde local, do rastreamento do câncer de mama, especialmente para o grupo de mulheres considerado como de maior risco, bem como a garantia de tratamento oportuno para todos os casos diagnosticados, o que poderá influenciar positivamente o prognóstico da doença.