Auto-avaliação psicossocial de professores

O objetivo desta pesquisa foi verificar a conexão entre a adoção de critérios psicossociais de escolha da profissão de professor e modos de exercício da mesma. Adotamos como referencial a teoria das representações sociais, que supõe a construção por parte de indivíduos/grupos sociais de conhecimentos e práticas para atingir seus objetivos específicos, tais como identitários, ideológicos, explicativos, entre outros. Participaram da pesquisa professores do ensino fundamental privado (FP) (n=35), público (FPu) (n=42) e universitário público (UPu) (n=13), todos da cidade do Rio de Janeiro. Elaboramos um questionário com perguntas sobre por que ingressaram na profissão; as características do bom/mau professor; as descrições de como é a sua atuação profissional, entre outras. Constatamos que os professores do ensino fundamental privado cujo critério de escolha profissional foi mais centrado no professor como indivíduo (opção/vocação) tenderam a representar os aspectos ideais (bom/mau professor) do exercício profissional focando o aluno individual e relações interpessoais com o mesmo. Contudo, os mesmos professores não mantiveram o primeiro conteúdo (aluno individual) ao relatar como atuam realmente. Já os professores de ensino universitário, que escolheram a profissão em função de atividade de ensinar, focalizaram mais os deveres/envolvimento e competência/atualização do professor em termos ideais e reais. Enfim, os professores do ensino fundamental público, que apresentaram um perfil de escolha profissional misto (opção/vocação e influência social), relataram sua atuação com predominância de aspectos sócio-ambientais (contexto/mobilização e falta de estímulo externo). Nesse sentido, diante dos dilemas e dificuldades profissionais/existenciais encontrados, os professores do ensino fundamental privado e público tenderam a buscar uma auto-avaliação psicossocial como forma de aperfeiçoamento ético profissional.

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Bibliographic Details
Main Author: Souza Filho,Edson A. de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Fundação CESGRANRIO 2005
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362005000400007
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Description
Summary:O objetivo desta pesquisa foi verificar a conexão entre a adoção de critérios psicossociais de escolha da profissão de professor e modos de exercício da mesma. Adotamos como referencial a teoria das representações sociais, que supõe a construção por parte de indivíduos/grupos sociais de conhecimentos e práticas para atingir seus objetivos específicos, tais como identitários, ideológicos, explicativos, entre outros. Participaram da pesquisa professores do ensino fundamental privado (FP) (n=35), público (FPu) (n=42) e universitário público (UPu) (n=13), todos da cidade do Rio de Janeiro. Elaboramos um questionário com perguntas sobre por que ingressaram na profissão; as características do bom/mau professor; as descrições de como é a sua atuação profissional, entre outras. Constatamos que os professores do ensino fundamental privado cujo critério de escolha profissional foi mais centrado no professor como indivíduo (opção/vocação) tenderam a representar os aspectos ideais (bom/mau professor) do exercício profissional focando o aluno individual e relações interpessoais com o mesmo. Contudo, os mesmos professores não mantiveram o primeiro conteúdo (aluno individual) ao relatar como atuam realmente. Já os professores de ensino universitário, que escolheram a profissão em função de atividade de ensinar, focalizaram mais os deveres/envolvimento e competência/atualização do professor em termos ideais e reais. Enfim, os professores do ensino fundamental público, que apresentaram um perfil de escolha profissional misto (opção/vocação e influência social), relataram sua atuação com predominância de aspectos sócio-ambientais (contexto/mobilização e falta de estímulo externo). Nesse sentido, diante dos dilemas e dificuldades profissionais/existenciais encontrados, os professores do ensino fundamental privado e público tenderam a buscar uma auto-avaliação psicossocial como forma de aperfeiçoamento ético profissional.