Epidemia de HIV/Aids em adolescentes no Brasil e na França: semelhanças e diferenças

Com objetivo de analisar a epidemia de Aids na França e no Brasil, especialmente entre adolescentes, realizou-se revisão crítica de literatura, documentos oficiais e verificação in loco de serviços de saúde sexual e reprodutiva para adolescentes. Utilizaram-se as categorias que compõem o conceito de vulnerabilidade como base teórica da análise. O Brasil em relação à França tem o triplo do número de casos de Aids, proporcionalmente à sua população. Na França houve declínio ininterrupto da incidência a partir de 1998 e, no Brasil, a redução iniciou somente em 2002, voltando a aumentar em 2008. O acesso universal ao tratamento antirretroviral (ARV) e a tendência de pauperização, feminização e heterossexualização da epidemia está presente em ambos os países. Entre adolescentes brasileiros, o número de casos é proporcionalmente 3,5 vezes mais elevado e estes vivem em contextos de maior vulnerabilidade: têm iniciação sexual mais precoce, usam menos preservativos e a escolaridade é menor. Na França a educação sexual nas escolas é prevista em lei, a notificação da Aids e do HIV são obrigatórias, o acesso a serviços para adolescentes com confidencialidade é facilitado, e há disponibilidade de exames para DST e interrupção voluntária da gravidez oportunizando prevenção e tratamento de agravos sexuais.

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Bibliographic Details
Main Author: Taquette,Stella R.
Format: Digital revista
Language:Spanish / Castilian
Published: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Associação Paulista de Saúde Pública. 2013
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902013000200029
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Description
Summary:Com objetivo de analisar a epidemia de Aids na França e no Brasil, especialmente entre adolescentes, realizou-se revisão crítica de literatura, documentos oficiais e verificação in loco de serviços de saúde sexual e reprodutiva para adolescentes. Utilizaram-se as categorias que compõem o conceito de vulnerabilidade como base teórica da análise. O Brasil em relação à França tem o triplo do número de casos de Aids, proporcionalmente à sua população. Na França houve declínio ininterrupto da incidência a partir de 1998 e, no Brasil, a redução iniciou somente em 2002, voltando a aumentar em 2008. O acesso universal ao tratamento antirretroviral (ARV) e a tendência de pauperização, feminização e heterossexualização da epidemia está presente em ambos os países. Entre adolescentes brasileiros, o número de casos é proporcionalmente 3,5 vezes mais elevado e estes vivem em contextos de maior vulnerabilidade: têm iniciação sexual mais precoce, usam menos preservativos e a escolaridade é menor. Na França a educação sexual nas escolas é prevista em lei, a notificação da Aids e do HIV são obrigatórias, o acesso a serviços para adolescentes com confidencialidade é facilitado, e há disponibilidade de exames para DST e interrupção voluntária da gravidez oportunizando prevenção e tratamento de agravos sexuais.