“Estará nas pílulas anticoncepcionais a solução?” Debate na mídia entre 1960-1970

Resumo: O artigo apresenta o debate social sobre pílulas anticoncepcionais, veiculado em O Globo, nos anos 1960 e 1970. Realizamos uma pesquisa sócio-histórica, utilizando o método de estudo de controvérsias. A segurança e a oportunidade dessas tecnologias no Brasil foram as principais questões dos conflitos que envolveram médicos, Igreja, autoridades públicas e entidades de planejamento familiar. Após anos de ambiguidade, o Estado entra efetivamente no debate e, recuperando a ideia de “paternidade responsável”, difundida pela Igreja Católica, contribui para a estabilização das controvérsias. O centro dos debates se desloca de questões malthusianas para uma perspectiva neomalthusiana liberal-conservadora que relaciona o direito de decidir sobre a prole e à responsabilidade moral e cívica de limitar o número de filhos àquele que se possa criar.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Dias,Tânia Maria, Bonan,Claudia, Nakano,Andreza Rodrigues, Maksud,Ivia, Teixeira,Luiz Antônio
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina 2018
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2018000300203
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Resumo: O artigo apresenta o debate social sobre pílulas anticoncepcionais, veiculado em O Globo, nos anos 1960 e 1970. Realizamos uma pesquisa sócio-histórica, utilizando o método de estudo de controvérsias. A segurança e a oportunidade dessas tecnologias no Brasil foram as principais questões dos conflitos que envolveram médicos, Igreja, autoridades públicas e entidades de planejamento familiar. Após anos de ambiguidade, o Estado entra efetivamente no debate e, recuperando a ideia de “paternidade responsável”, difundida pela Igreja Católica, contribui para a estabilização das controvérsias. O centro dos debates se desloca de questões malthusianas para uma perspectiva neomalthusiana liberal-conservadora que relaciona o direito de decidir sobre a prole e à responsabilidade moral e cívica de limitar o número de filhos àquele que se possa criar.