Círculos viciosos: intersecções de gênero e espécie em A Fonte da Vida, de Darren Aronofsky

O filme de Darren Aronofsky, A Fonte da Vida (The Fountain, 2006), se oferece a uma leitura produtiva das formas em que discursos de opressão se interseccionam ao serem codificados cinemática e/ou ideologicamente. Este artigo analisa as diferenças de gênero, espécie e raça/etnia no filme e o modo em que são constitutivamente articuladas para possibilitar a "imanência" do Outro em cada um desses discursos, produzindo assim o sujeito "transcendental". Parto de uma compreensão filosófica do papel essencial da diferença de espécie (e do privilégio do status do humano) na constituição interseccional de outros vetores de diferença, como o gênero, o sexo, a raça e a etnia. Articulo, enfim, esse modo amplo de abordagem interseccional com uma discussão da relação com a morte que é supostamente exclusivamente humana e que permite que a humanidade seja construída como oposta à animalidade.

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Bibliographic Details
Main Author: Piskorski,Rodolfo
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina 2013
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2013000300017
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Description
Summary:O filme de Darren Aronofsky, A Fonte da Vida (The Fountain, 2006), se oferece a uma leitura produtiva das formas em que discursos de opressão se interseccionam ao serem codificados cinemática e/ou ideologicamente. Este artigo analisa as diferenças de gênero, espécie e raça/etnia no filme e o modo em que são constitutivamente articuladas para possibilitar a "imanência" do Outro em cada um desses discursos, produzindo assim o sujeito "transcendental". Parto de uma compreensão filosófica do papel essencial da diferença de espécie (e do privilégio do status do humano) na constituição interseccional de outros vetores de diferença, como o gênero, o sexo, a raça e a etnia. Articulo, enfim, esse modo amplo de abordagem interseccional com uma discussão da relação com a morte que é supostamente exclusivamente humana e que permite que a humanidade seja construída como oposta à animalidade.