Qual é o lugar do aluno com deficiência? O imaginário coletivo de professores sobre a inclusão escolar

Este trabalho objetivou a investigação psicanalítica do imaginário coletivo de professores de ensino superior sobre inclusão escolar. Foi realizada uma entrevista grupal para abordagem da pessoalidade coletiva, com 12 docentes dos cursos de Letras e de Pedagogia. Para tal, utilizou-se o Procedimento Desenhos-Estórias com Tema como recurso mediador-dialógico, cabendo a cada professor produzir, individualmente, desenhos e histórias sobre o tema "aluno de inclusão". A partir deste material, analisado à luz do método psicanalítico, foram captados quatro campos psicológicos não conscientes: "o menino de sua mãe", "(in)capacidades", "onde está Wally?" e "a dor e a delícia". Em seu conjunto, tais campos revelaram a angústia despertada pelo processo de inclusão escolar nos professores que, em seu imaginário, concebem que o aluno com deficiência deve ser cuidado por sua mãe. Desse modo, compreende-se que o processo de inclusão demanda, além de informações técnicas, um espaço de cuidado emocional a estes profissionais.

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Bibliographic Details
Main Authors: Ávila,Camila Ferreira de, Tachibana,Miriam, Vaisberg,Tânia Maria José Aiello
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Programa de Pós-Graduação em Psicologia 2008
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2008000100014
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Summary:Este trabalho objetivou a investigação psicanalítica do imaginário coletivo de professores de ensino superior sobre inclusão escolar. Foi realizada uma entrevista grupal para abordagem da pessoalidade coletiva, com 12 docentes dos cursos de Letras e de Pedagogia. Para tal, utilizou-se o Procedimento Desenhos-Estórias com Tema como recurso mediador-dialógico, cabendo a cada professor produzir, individualmente, desenhos e histórias sobre o tema "aluno de inclusão". A partir deste material, analisado à luz do método psicanalítico, foram captados quatro campos psicológicos não conscientes: "o menino de sua mãe", "(in)capacidades", "onde está Wally?" e "a dor e a delícia". Em seu conjunto, tais campos revelaram a angústia despertada pelo processo de inclusão escolar nos professores que, em seu imaginário, concebem que o aluno com deficiência deve ser cuidado por sua mãe. Desse modo, compreende-se que o processo de inclusão demanda, além de informações técnicas, um espaço de cuidado emocional a estes profissionais.