Em busca do comum: o cuidado do agente comunitário de saúde em Saúde Mental

Resumo O artigo é fruto de uma pesquisa-intervenção junto a agentes comunitários de saúde (ACS) de uma unidade de saúde (US) da cidade de Porto Alegre-RS, cujo objetivo foi compreender as estratégias utilizadas por esses profissionais no cuidado em saúde mental. A metodologia utilizada foi a da cartografia, que visa acompanhar os deslocamentos no campo com base na coprodução entre pesquisador e objeto. A partir de espaços de Educação Permanente em Saúde, foram produzidos/descobertos caminhos para a potencialização das práticas de cuidado, guiando-se pela reinvenção de percepções cotidianas e saberes populares como ferramentas de intervenção junto aos usuários. Essas foram chamadas práticas do comum - no diálogo com as análises de Negri e Hardt sobre as metamorfoses do trabalho contemporâneo e as possibilidades de resistência nesse contexto - construindo relações de cuidado democráticas, de uma epistemologia compartilhada e com alto potencial terapêutico. Os ACS enredados na trama do território afetam-se pelo que é seu e podem agir a partir desses afetos. Entretanto, os modos de composição entre vida pessoal, saber comunitário e prática profissional podem ter vários resultados, gerando também ações culpabilizantes e higienistas, sendo necessária atenção constante às direções éticas pelas quais se constrói o trabalho.

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Bibliographic Details
Main Authors: Saffer,Denis Axelrud, Barone,Luciana Rodriguez
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva 2017
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312017000300813
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Summary:Resumo O artigo é fruto de uma pesquisa-intervenção junto a agentes comunitários de saúde (ACS) de uma unidade de saúde (US) da cidade de Porto Alegre-RS, cujo objetivo foi compreender as estratégias utilizadas por esses profissionais no cuidado em saúde mental. A metodologia utilizada foi a da cartografia, que visa acompanhar os deslocamentos no campo com base na coprodução entre pesquisador e objeto. A partir de espaços de Educação Permanente em Saúde, foram produzidos/descobertos caminhos para a potencialização das práticas de cuidado, guiando-se pela reinvenção de percepções cotidianas e saberes populares como ferramentas de intervenção junto aos usuários. Essas foram chamadas práticas do comum - no diálogo com as análises de Negri e Hardt sobre as metamorfoses do trabalho contemporâneo e as possibilidades de resistência nesse contexto - construindo relações de cuidado democráticas, de uma epistemologia compartilhada e com alto potencial terapêutico. Os ACS enredados na trama do território afetam-se pelo que é seu e podem agir a partir desses afetos. Entretanto, os modos de composição entre vida pessoal, saber comunitário e prática profissional podem ter vários resultados, gerando também ações culpabilizantes e higienistas, sendo necessária atenção constante às direções éticas pelas quais se constrói o trabalho.