A fotografia e a “descoberta” da histeria

Resumo Historicamente marcado na oposição entre orgânico e psíquico, o conceito de histeria continua no centro de controvérsias entre saberes influentes como psicanálise e psiquiatria. Contrapondo uma concepção que defende a existência de um mundo independente da mente humana (realismo) e uma que a nega (antirrealismo), buscamos pensar como se deu a criação desse conceito. Em acordo com o movimento científico do século XIX, o médico francês Jean-Martin Charcot utilizou a fotografia, entendida na época como a “verdadeira retina” do cientista, para criar uma classificação do ser humano. Inserir essa construção de conhecimento em seu contexto sociocultural possibilita diversos questionamentos quanto à sua objetividade. Nossa concepção é a de que refletir criticamente sobre a formação dos conceitos contribui com elementos para um melhor exercício da alteridade no interior da psicopatologia.

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Bibliographic Details
Main Author: Florsheim,David Borges
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo 2016
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642016000300404
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Description
Summary:Resumo Historicamente marcado na oposição entre orgânico e psíquico, o conceito de histeria continua no centro de controvérsias entre saberes influentes como psicanálise e psiquiatria. Contrapondo uma concepção que defende a existência de um mundo independente da mente humana (realismo) e uma que a nega (antirrealismo), buscamos pensar como se deu a criação desse conceito. Em acordo com o movimento científico do século XIX, o médico francês Jean-Martin Charcot utilizou a fotografia, entendida na época como a “verdadeira retina” do cientista, para criar uma classificação do ser humano. Inserir essa construção de conhecimento em seu contexto sociocultural possibilita diversos questionamentos quanto à sua objetividade. Nossa concepção é a de que refletir criticamente sobre a formação dos conceitos contribui com elementos para um melhor exercício da alteridade no interior da psicopatologia.