Relações familiares e migração: um modelo teórico-clínico em psicologia
Este artigo propõe um modelo teórico-clínico na abordagem terapêutica às famílias de imigrantes de primeira geração e seus descendentes. A primeira fonte de dados, a pesquisa de Doutorado realizada na Universidade de Bordeaux entre 2005 e 2006, foi desenvolvida com nove famílias de imigrantes na França, de origem brasileira, italiana e portuguesa, seguindo os critérios de inclusão: imigração do casal de mesma origem em idade adulta e nascimento dos filhos no país de adoção. A segunda fonte, a atividade clínica em psicologia, serviu de espaço de observação e de aplicação do modelo proposto. Conclui-se que a transmissão cultural e familiar favorece o duplo pertencimento e constitui elemento significativo na integração dos imigrantes e seus descendentes, bem como para a imagem de si e nas relações familiares. Os suportes social e governamental desempenham papel importante ao valorizarem a diferença cultural. A proposta original é a terapia familiar com base no modelo sistêmico e na psicologia intercultural, em que a história da imigração e seu impacto nas relações intra e extrafamiliares mostram-se, pela integração das perspectivas cultural e migratória, mais próximas da realidade daquele sujeito em dificuldades psicológicas e sociais que demanda ajuda nos serviços de psicologia e de psiquiatria.
Main Authors: | , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
2014
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652014000100007 |
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Summary: | Este artigo propõe um modelo teórico-clínico na abordagem terapêutica às famílias de imigrantes de primeira geração e seus descendentes. A primeira fonte de dados, a pesquisa de Doutorado realizada na Universidade de Bordeaux entre 2005 e 2006, foi desenvolvida com nove famílias de imigrantes na França, de origem brasileira, italiana e portuguesa, seguindo os critérios de inclusão: imigração do casal de mesma origem em idade adulta e nascimento dos filhos no país de adoção. A segunda fonte, a atividade clínica em psicologia, serviu de espaço de observação e de aplicação do modelo proposto. Conclui-se que a transmissão cultural e familiar favorece o duplo pertencimento e constitui elemento significativo na integração dos imigrantes e seus descendentes, bem como para a imagem de si e nas relações familiares. Os suportes social e governamental desempenham papel importante ao valorizarem a diferença cultural. A proposta original é a terapia familiar com base no modelo sistêmico e na psicologia intercultural, em que a história da imigração e seu impacto nas relações intra e extrafamiliares mostram-se, pela integração das perspectivas cultural e migratória, mais próximas da realidade daquele sujeito em dificuldades psicológicas e sociais que demanda ajuda nos serviços de psicologia e de psiquiatria. |
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