Declínio da mobilidade dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva

RESUMO Objetivo: Avaliar a variação da mobilidade durante a internação em unidade de terapia intensiva e sua associação com mortalidade hospitalar. Métodos: Estudo prospectivo realizado em uma unidade de terapia intensiva. Os critérios de inclusão foram pacientes admitidos com escore de independência para transferência cama-cadeira e locomoção ≥ 4 cada um, baseado na escala Medida de Independência Funcional. Foram excluídos aqueles pacientes que apresentaram parada cardiorrespiratória e/ou evoluíram a óbito durante a internação. Para mensuração da perda de mobilidade calculou-se o valor obtido na alta, subtraído daquele obtido na admissão, o qual foi posteriormente dividido pelo escore da admissão e registrado em porcentual. Resultados: Na comparação dos dois domínios avaliados, foi observada perda de mobilidade durante a internação de 14,3% (p < 0,001). A perda foi maior nos pacientes internados por mais de 48 horas na unidade (p < 0,02) e naqueles que usaram drogas vasopressoras (p = 0,041). Não houve diferença na perda de mobilidade na comparação das variáveis paciente idoso (p = 0,332), motivo de internação (p = 0,265), SAPS 3 (p = 0,224), uso de ventilação mecânica (p = 0,117) e óbito (p = 0,063). Conclusão: Houve declínio de mobilidade durante a internação na unidade de terapia intensiva. Este foi maior nos pacientes que ficaram mais que 48 horas na unidade e nos que usaram drogas vasopressoras, sendo necessária a identificação dos fatores causais e prognósticos deste declínio.

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Bibliographic Details
Main Authors: Jesus,Fábio Santos de, Paim,Daniel de Macedo, Brito,Juliana de Oliveira, Barros,Idiel de Araujo, Nogueira,Thiago Barbosa, Martinez,Bruno Prata, Pires,Thiago Queiroz
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB 2016
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2016000200114
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Summary:RESUMO Objetivo: Avaliar a variação da mobilidade durante a internação em unidade de terapia intensiva e sua associação com mortalidade hospitalar. Métodos: Estudo prospectivo realizado em uma unidade de terapia intensiva. Os critérios de inclusão foram pacientes admitidos com escore de independência para transferência cama-cadeira e locomoção ≥ 4 cada um, baseado na escala Medida de Independência Funcional. Foram excluídos aqueles pacientes que apresentaram parada cardiorrespiratória e/ou evoluíram a óbito durante a internação. Para mensuração da perda de mobilidade calculou-se o valor obtido na alta, subtraído daquele obtido na admissão, o qual foi posteriormente dividido pelo escore da admissão e registrado em porcentual. Resultados: Na comparação dos dois domínios avaliados, foi observada perda de mobilidade durante a internação de 14,3% (p < 0,001). A perda foi maior nos pacientes internados por mais de 48 horas na unidade (p < 0,02) e naqueles que usaram drogas vasopressoras (p = 0,041). Não houve diferença na perda de mobilidade na comparação das variáveis paciente idoso (p = 0,332), motivo de internação (p = 0,265), SAPS 3 (p = 0,224), uso de ventilação mecânica (p = 0,117) e óbito (p = 0,063). Conclusão: Houve declínio de mobilidade durante a internação na unidade de terapia intensiva. Este foi maior nos pacientes que ficaram mais que 48 horas na unidade e nos que usaram drogas vasopressoras, sendo necessária a identificação dos fatores causais e prognósticos deste declínio.