REQUALIFICAÇÃO URBANA E DESPEJOS EM CENTROS NOVO E ANTIGO DE SALVADOR

A cidade de Salvador replica o processo de “acumulação por espoliação”, característico de um urbanismo neoliberal em todo o mundo. Neste artigo, comparamos como atua a lógica da requalificação urbana em duas zonas da cidade. A primeira é uma grande e historicamente combativa favela localizada na região que tem se tornado o mais moderno “novo centro” da cidade. Nela, a chave dos problemas são os novos projetos de mobilidade urbana e a construção de condomínios para outras classes sociais. A segunda zona é o centro colonial da cidade, que experimenta uma nova fase de gentrificação. Ali, as políticas de patrimônio histórico se encontram com outras políticas, transformando os remanescentes espaços públicos da cidade neoliberal securitizada em zonas mais seguras para turistas e residentes mais ricos. Enfatizamos o valor de um entendimento etnograficamente fundamentado para compreender o que essas mudanças significam para moradores pobres da cidade, assim como a complexidade, a heterogeneidade e a ambiguidade de suas diferentes reações.

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Bibliographic Details
Main Authors: Gledhill,John, Hita,Maria Gabriela
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal da Bahia - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - Centro de Recursos Humanos 2018
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-49792018000100039
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Description
Summary:A cidade de Salvador replica o processo de “acumulação por espoliação”, característico de um urbanismo neoliberal em todo o mundo. Neste artigo, comparamos como atua a lógica da requalificação urbana em duas zonas da cidade. A primeira é uma grande e historicamente combativa favela localizada na região que tem se tornado o mais moderno “novo centro” da cidade. Nela, a chave dos problemas são os novos projetos de mobilidade urbana e a construção de condomínios para outras classes sociais. A segunda zona é o centro colonial da cidade, que experimenta uma nova fase de gentrificação. Ali, as políticas de patrimônio histórico se encontram com outras políticas, transformando os remanescentes espaços públicos da cidade neoliberal securitizada em zonas mais seguras para turistas e residentes mais ricos. Enfatizamos o valor de um entendimento etnograficamente fundamentado para compreender o que essas mudanças significam para moradores pobres da cidade, assim como a complexidade, a heterogeneidade e a ambiguidade de suas diferentes reações.