Liberalismo: um confronto entre Nietzsche e Schmitt

Resumo: O presente artigo pretende analisar e comparar a posição de Nietzsche e Schmitt a respeito do liberalismo. Assim, procura esclarecer e contrastar o que cada um compreendeu com esse conceito, como ele se relaciona com o quadro mais amplo da avaliação dos autores acerca da modernidade, qual a postura crítica que tomaram perante ele e quais alternativas vislumbraram. O artigo se concentra, sobretudo, nos escritos da fase madura do pensamento de Nietzsche e nos escritos de Schmitt do período de Weimar. Em conclusão, argumenta-se que, apesar de os autores partirem de caracterizações distintas de sua situação histórica, para ambos o liberalismo é parte de um processo mais amplo, cujo resultado tende a uma forma política fundada em uma concepção de indivíduo e de boa vida que é danosa para a vida política e cultural. Sobressai, de igual modo, em análise última, as discordâncias no que tange ao caminho filosófico de Nietzsche e ao caminho teológico-político de Schmitt.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Lobo,Iann Endo
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Universidade de Brasília. Instituto de Ciência Política 2022
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-33522022000100205
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Resumo: O presente artigo pretende analisar e comparar a posição de Nietzsche e Schmitt a respeito do liberalismo. Assim, procura esclarecer e contrastar o que cada um compreendeu com esse conceito, como ele se relaciona com o quadro mais amplo da avaliação dos autores acerca da modernidade, qual a postura crítica que tomaram perante ele e quais alternativas vislumbraram. O artigo se concentra, sobretudo, nos escritos da fase madura do pensamento de Nietzsche e nos escritos de Schmitt do período de Weimar. Em conclusão, argumenta-se que, apesar de os autores partirem de caracterizações distintas de sua situação histórica, para ambos o liberalismo é parte de um processo mais amplo, cujo resultado tende a uma forma política fundada em uma concepção de indivíduo e de boa vida que é danosa para a vida política e cultural. Sobressai, de igual modo, em análise última, as discordâncias no que tange ao caminho filosófico de Nietzsche e ao caminho teológico-político de Schmitt.