Teoria da Mente: efeito da idade, do sexo e do uso de atores animados e inanimados na inferência de estados mentais

O estudo foi realizado com 72 crianças de NSE médio, entre quatro e cinco anos de idade, visando a investigar a idade de aquisição da habilidade das crianças para distinguirem seus próprios estados mentais e os estados mentais de outros e se a manifestação da habilidade, na tarefa de falsa crença, depende do ator envolvido - inanimado (boneca) versus animado (outras crianças). Os resultados indicaram não haver diferenças entre atores animados e inanimados e que é a partir de cinco anos de idade que as crianças começam a ter uma compreensão acerca dos estados mentais de outras pessoas, no tocante a falsa crença. Este último dado diverge dos obtidos em estudos anteriores, que encontraram esta capacidade já desenvolvida aos quatro anos de idade. Contrariamente à hipótese inatista e de acordo com os dados obtidos no Brasil (no que se refere às crianças de orfanato) nossos resultados revelam que a universalidade quanto à época em que se encontra desenvolvida esta capacidade é passível de ser questionada.

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Bibliographic Details
Main Authors: Roazzi,Antonio, Santana,Suely de Melo
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Curso de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1999
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79721999000200005
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Description
Summary:O estudo foi realizado com 72 crianças de NSE médio, entre quatro e cinco anos de idade, visando a investigar a idade de aquisição da habilidade das crianças para distinguirem seus próprios estados mentais e os estados mentais de outros e se a manifestação da habilidade, na tarefa de falsa crença, depende do ator envolvido - inanimado (boneca) versus animado (outras crianças). Os resultados indicaram não haver diferenças entre atores animados e inanimados e que é a partir de cinco anos de idade que as crianças começam a ter uma compreensão acerca dos estados mentais de outras pessoas, no tocante a falsa crença. Este último dado diverge dos obtidos em estudos anteriores, que encontraram esta capacidade já desenvolvida aos quatro anos de idade. Contrariamente à hipótese inatista e de acordo com os dados obtidos no Brasil (no que se refere às crianças de orfanato) nossos resultados revelam que a universalidade quanto à época em que se encontra desenvolvida esta capacidade é passível de ser questionada.