Perfil clínico-cirúrgico de pacientes operados por ruptura do septo interventricular pós-infarto do miocárdio

OBJETIVOS: Estudar características clínicas, complicações e desfechos intra-hospitalares de pacientes operados por ruptura do septo interventricular pós-infarto. MÉTODOS: Estudo retrospectivo envolvendo 21 pacientes entre janeiro/1996 e junho/2009. Todas as operações foram realizadas na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Complexo Hospitalar HUOC/PROCAPE. RESULTADOS: Idade média dos pacientes foi de 62,81 anos (± 8,21), sendo 61,9% (n=13) do sexo masculino. Ruptura ocorreu, em média, 4,8 dias após o infarto. Foi observado choque cardiogênico em 57,1% (n=12) dos casos, sendo este fator de risco para óbito (100% com choque vs. 22,2% sem choque; P<0,001). Sobreviventes apresentaram média de fração de ejeção maior em comparação aos óbitos (66,29% ± 4,61% versus 42,71% ± 4,79%; P<0,001). Todos pacientes foram classificados em alto risco pelo EuroSCORE, tendo os sobreviventes média de pontuação menor em comparação aos óbitos (6,57 ± 0,53 versus 10,93 ± 2,23; P<0,001). A maioria (76,2%; n=16) dos pacientes teve necessidade de uso de drogas vasoativas e 57,1% (n=12) foram considerados instáveis hemodinamicamente. Necessidade de drogas vasoativas foi fator de risco para óbito (81,3% no grupo com drogas vasoativas versus 20% no grupo sem drogas vasoativas, P=0,025). Instabilidade hemodinâmica também foi fator de risco para óbito (100% no grupo instável versus 22,2% no grupo estável; P<0,001). A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 66,7% (n=14). CONCLUSÕES: Necessidade de drogas vasoativas, instabilidade hemodinâmica e choque cardiogênico se associaram com maiores taxas de mortalidade. Pacientes que evoluem com desfecho adverso apresentam menor função ventricular e maior pontuação no EuroSCORE. A taxa de mortalidade permanece alta.

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Bibliographic Details
Main Authors: Sá,Michel Pompeu Barros de Oliveira, Sá,Marcus Villander Barros de Oliveira, Barbosa,Caio Henrique, Silva,Niedjon Peixoto de Carvalho, Escobar,Rodrigo Renda de, Rueda,Fábio Gonçalves de, Silva,Frederico Pires Vasconcelos, Lima,Ricardo de Carvalho
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 2010
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382010000300010
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Summary:OBJETIVOS: Estudar características clínicas, complicações e desfechos intra-hospitalares de pacientes operados por ruptura do septo interventricular pós-infarto. MÉTODOS: Estudo retrospectivo envolvendo 21 pacientes entre janeiro/1996 e junho/2009. Todas as operações foram realizadas na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Complexo Hospitalar HUOC/PROCAPE. RESULTADOS: Idade média dos pacientes foi de 62,81 anos (± 8,21), sendo 61,9% (n=13) do sexo masculino. Ruptura ocorreu, em média, 4,8 dias após o infarto. Foi observado choque cardiogênico em 57,1% (n=12) dos casos, sendo este fator de risco para óbito (100% com choque vs. 22,2% sem choque; P<0,001). Sobreviventes apresentaram média de fração de ejeção maior em comparação aos óbitos (66,29% ± 4,61% versus 42,71% ± 4,79%; P<0,001). Todos pacientes foram classificados em alto risco pelo EuroSCORE, tendo os sobreviventes média de pontuação menor em comparação aos óbitos (6,57 ± 0,53 versus 10,93 ± 2,23; P<0,001). A maioria (76,2%; n=16) dos pacientes teve necessidade de uso de drogas vasoativas e 57,1% (n=12) foram considerados instáveis hemodinamicamente. Necessidade de drogas vasoativas foi fator de risco para óbito (81,3% no grupo com drogas vasoativas versus 20% no grupo sem drogas vasoativas, P=0,025). Instabilidade hemodinâmica também foi fator de risco para óbito (100% no grupo instável versus 22,2% no grupo estável; P<0,001). A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 66,7% (n=14). CONCLUSÕES: Necessidade de drogas vasoativas, instabilidade hemodinâmica e choque cardiogênico se associaram com maiores taxas de mortalidade. Pacientes que evoluem com desfecho adverso apresentam menor função ventricular e maior pontuação no EuroSCORE. A taxa de mortalidade permanece alta.