Ventriculectomia parcial esquerda: operação de Batista em pacientes acima de 60 anos

Fundamentos: A insuficiência cardíaca constitui-se em grave problema de saúde pública. Recente proposta de tratamento cirúrgico para a insuficiência cardíaca terminal é a ventriculectomia parcial esquerda, não havendo publicações específicas sobre seus benefícios em pacientes acima de 60 anos. Objetivo: Estudar os resultados obtidos com o tratamento da miocardiopatia dilatada em pacientes acima de 60 anos, submetidos à ventriculectomia parcial esquerda. Método: Entre maio de 1995 e dezembro de 1997 dez pacientes com idade entre 62 e 78 anos, portadores de miocardiopatia dilatada em classe funcional IV (NYHA), foram submetidos à ventriculectomia parcial esquerda no Serviço de Cirurgia Cardiotorácica da Disciplina de Cirurgia Cardiotorácica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Núcleo de Hospital Universitário. A ressecção, de forma elíptica, foi realizada na parede lateral do VE, entre os dois músculos papilares, estendendo-se, desde o ápice até próximo do anel mitral. Resultados: Nove (90%) pacientes receberam alta hospitalar e um paciente (10%) evoluiu para óbito, no sexto dia de pós-operatório. O fragmento ressecado variou de 6 a 10,5 cm de comprimento por 4 a 5,5 cm de largura, com 10,8±1,3 cm por 5±0,06 cm em média. O controle ecocardiográfico demonstrou: <img SRC="http:/img/fbpe/rbccv/v16n1/5184q1.gif"> No seguimento, observou-se que três pacientes (30%) encontram-se em grau funcional I ( NYHA), três pacientes (30%) em II e um paciente (10%) em grau funcional III. A sobrevida atuarial desses pacientes foi de 100%, 87%, 87% e 67% para 6, 12, 24 e 36 meses de seguimento, respectivamente. Conclusão: A ventriculectomia parcial esquerda, realizada em pacientes com idade superior a 60 anos portadores de insuficiência cardíaca com severa disfunção hemodinâmica, apresentou mortalidade baixa, promovendo recuperação acentuada do desempenho cardíaco.

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Bibliographic Details
Main Authors: PONTES,José Carlos D. V., GOMES,Otoni M., MEDEIROS,Carlos Geraldo S., SILVA,Arino F., DUARTE,João J., GARDENAL,Neimar, VIOLA,Marcos Douglas Z.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 2001
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382001000100004
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Description
Summary:Fundamentos: A insuficiência cardíaca constitui-se em grave problema de saúde pública. Recente proposta de tratamento cirúrgico para a insuficiência cardíaca terminal é a ventriculectomia parcial esquerda, não havendo publicações específicas sobre seus benefícios em pacientes acima de 60 anos. Objetivo: Estudar os resultados obtidos com o tratamento da miocardiopatia dilatada em pacientes acima de 60 anos, submetidos à ventriculectomia parcial esquerda. Método: Entre maio de 1995 e dezembro de 1997 dez pacientes com idade entre 62 e 78 anos, portadores de miocardiopatia dilatada em classe funcional IV (NYHA), foram submetidos à ventriculectomia parcial esquerda no Serviço de Cirurgia Cardiotorácica da Disciplina de Cirurgia Cardiotorácica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Núcleo de Hospital Universitário. A ressecção, de forma elíptica, foi realizada na parede lateral do VE, entre os dois músculos papilares, estendendo-se, desde o ápice até próximo do anel mitral. Resultados: Nove (90%) pacientes receberam alta hospitalar e um paciente (10%) evoluiu para óbito, no sexto dia de pós-operatório. O fragmento ressecado variou de 6 a 10,5 cm de comprimento por 4 a 5,5 cm de largura, com 10,8±1,3 cm por 5±0,06 cm em média. O controle ecocardiográfico demonstrou: <img SRC="http:/img/fbpe/rbccv/v16n1/5184q1.gif"> No seguimento, observou-se que três pacientes (30%) encontram-se em grau funcional I ( NYHA), três pacientes (30%) em II e um paciente (10%) em grau funcional III. A sobrevida atuarial desses pacientes foi de 100%, 87%, 87% e 67% para 6, 12, 24 e 36 meses de seguimento, respectivamente. Conclusão: A ventriculectomia parcial esquerda, realizada em pacientes com idade superior a 60 anos portadores de insuficiência cardíaca com severa disfunção hemodinâmica, apresentou mortalidade baixa, promovendo recuperação acentuada do desempenho cardíaco.