Modificações técnicas no transplante cardíaco ortotópico

Apresentamos algumas modificações na técnica convencional de implante de coração nos transplantes cardíacos ortotópicos. As modificações propostas consistem basicamente em: 1) ressecar, durante a cardiectomia, o máximo do coração doente deixando apenas tecido suficiente para permitir a sutura do novo coração, durante o implante; 2) abrir o átrio direito do coração doador, a partir da veia cava inferior, próximo e paralelamente ao septo interatrial até a parte mais alta, quando a incisão deve ser bruscamente direcionada para a aurícula direita; 3) iniciar o implante pelo tronco pulmonar e 4) suturar os átrios conjuntamente, em um só plano, ao nível do septo. Estas modificações técnicas foram utilizadas em todos os pacientes transplantados nas três Instituições e apresentam como vantagens: 1) perfeito alinhamento do tronco pulmonar, evitando-se acotovelamentos e torções e 2) cavidades atriais menores, sem suturas salientando paradentro dos átrios e, conseqüentemente, menores oportunidades de fenômenos tromboembólicos ou contrações assincrônicas dos átrios (doador-receptor) que, além de favorecer a formação de trombos, podem interferir na suficiência das valvas atrioventriculares. O método é facilmente reproduzível e pode ser recomendado para os transplantes ortotópicos de coração.

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Bibliographic Details
Main Authors: Mendonça,José Teles de, Carvalho,Marcos Ramos, Costa,Rika Kakuda da, Torres,Luís Daniel, Lima,Ricardo de Carvalho
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1994
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381994000300003
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Summary:Apresentamos algumas modificações na técnica convencional de implante de coração nos transplantes cardíacos ortotópicos. As modificações propostas consistem basicamente em: 1) ressecar, durante a cardiectomia, o máximo do coração doente deixando apenas tecido suficiente para permitir a sutura do novo coração, durante o implante; 2) abrir o átrio direito do coração doador, a partir da veia cava inferior, próximo e paralelamente ao septo interatrial até a parte mais alta, quando a incisão deve ser bruscamente direcionada para a aurícula direita; 3) iniciar o implante pelo tronco pulmonar e 4) suturar os átrios conjuntamente, em um só plano, ao nível do septo. Estas modificações técnicas foram utilizadas em todos os pacientes transplantados nas três Instituições e apresentam como vantagens: 1) perfeito alinhamento do tronco pulmonar, evitando-se acotovelamentos e torções e 2) cavidades atriais menores, sem suturas salientando paradentro dos átrios e, conseqüentemente, menores oportunidades de fenômenos tromboembólicos ou contrações assincrônicas dos átrios (doador-receptor) que, além de favorecer a formação de trombos, podem interferir na suficiência das valvas atrioventriculares. O método é facilmente reproduzível e pode ser recomendado para os transplantes ortotópicos de coração.