Implante de marcapasso endocárdico transatrial concomitante a cirurgia com circulação extracorpórea
FUNDAMENTO: A utilização de eletrodos epimiocárdicos permanentes tem sido progressivamente abandonada pelos piores resultados que essa técnica apresenta quando comparada aos eletrodos transvenosos. Implante de eletrodos endocárdicos transtorácicos transatriais tem sido relatado como alternativa ao implante epicárdico em situações especiais. O implante de marcapasso permanente associado a cirurgia cardíaca a céu aberto é uma situação especial onde têm sido utilizados eletrodos epicárdicos no mesmo tempo operatorio, ou eletrodos transvenosos em tempos operatorios distintos. OBJETIVO: Propor o uso da estimulação transatrial em casos de concomitância de implante de marcapasso e cirurgia cardíaca a céu aberto, e apresentar nossa experiência em 6 pacientes operados. CASUÍSTICA E MÉTODOS: De julho de 83 a agosto de 94, 6 pacientes com idade variando de 5 a 64 anos, 4 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, foram submetidos a cirurgia cardíaca a céu aberto para substituição da valva aórtica (4), ressecção de aneurisma do ventrículo esquerdo por doença de Chagas (1) e atrioseptoplastia e comissurotomia pulmonar (1 paciente). A técnica operatória consistiu em estabelecer a circulação extracorpórea com drenagem venosa por cavas separadas e, durante parada cardioplégica, corrigir o defeito cardíaco e implantar, no mesmo ato, os cabos-eletrodo através de atriotomia direita. Todos os 6 pacientes receberam eletrodos atriais e somente 4 foram submetidos a implante do cabo ventricular. Os geradores de pulso foram implantados na região infraclavicular dos pacientes homens adultos, na região submamária da mulher e na parede abdominal da criança. RESULTADOS: As medidas elétricas intra-operatórias mostraram excelentes condições de estimulação e sensibilidade, não ocorrendo complicações hospitalares. No seguimento, realizado de 4 a 137 meses, não foram observadas complicações relacionadas ao sistema de estimulação. CONCLUSÕES: Os autores concluem que o implante de marcapasso endocárdico transatrial pode representar uma boa opção para se evitar o implante epicárdico ou dois procedimentos independentes quando a estimulação cardíaca permanente estiver associada a cirurgia cardíaca a céu aberto..
Main Authors: | , , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
1994
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381994000300002 |
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Summary: | FUNDAMENTO: A utilização de eletrodos epimiocárdicos permanentes tem sido progressivamente abandonada pelos piores resultados que essa técnica apresenta quando comparada aos eletrodos transvenosos. Implante de eletrodos endocárdicos transtorácicos transatriais tem sido relatado como alternativa ao implante epicárdico em situações especiais. O implante de marcapasso permanente associado a cirurgia cardíaca a céu aberto é uma situação especial onde têm sido utilizados eletrodos epicárdicos no mesmo tempo operatorio, ou eletrodos transvenosos em tempos operatorios distintos. OBJETIVO: Propor o uso da estimulação transatrial em casos de concomitância de implante de marcapasso e cirurgia cardíaca a céu aberto, e apresentar nossa experiência em 6 pacientes operados. CASUÍSTICA E MÉTODOS: De julho de 83 a agosto de 94, 6 pacientes com idade variando de 5 a 64 anos, 4 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, foram submetidos a cirurgia cardíaca a céu aberto para substituição da valva aórtica (4), ressecção de aneurisma do ventrículo esquerdo por doença de Chagas (1) e atrioseptoplastia e comissurotomia pulmonar (1 paciente). A técnica operatória consistiu em estabelecer a circulação extracorpórea com drenagem venosa por cavas separadas e, durante parada cardioplégica, corrigir o defeito cardíaco e implantar, no mesmo ato, os cabos-eletrodo através de atriotomia direita. Todos os 6 pacientes receberam eletrodos atriais e somente 4 foram submetidos a implante do cabo ventricular. Os geradores de pulso foram implantados na região infraclavicular dos pacientes homens adultos, na região submamária da mulher e na parede abdominal da criança. RESULTADOS: As medidas elétricas intra-operatórias mostraram excelentes condições de estimulação e sensibilidade, não ocorrendo complicações hospitalares. No seguimento, realizado de 4 a 137 meses, não foram observadas complicações relacionadas ao sistema de estimulação. CONCLUSÕES: Os autores concluem que o implante de marcapasso endocárdico transatrial pode representar uma boa opção para se evitar o implante epicárdico ou dois procedimentos independentes quando a estimulação cardíaca permanente estiver associada a cirurgia cardíaca a céu aberto.. |
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