Autotransfusão intra-operatória em cirurgia cardíaca: estudo comparativo de 140 casos

Utilizando-se programa dirigido para diminuição ou eliminação do uso de sangue homólogo, em pacientes cirúrgicos graves, foi realizado um estudo comparativo entre 14 0 casos. Os pacientes foram divididos em 2 grupos de 70 casos cada, onde o Grupo A representava aqueles submetidos a cirurgia cardíaca com o uso de recuperadores celulares automatizados de sangue cell-saver, no Grupo B, os pacientes que não utilizaram cell-saver durante o ato cirúrgico (Grupo controle). A maioria era de reoperações: 71,1 % no Grupo A e 74,2 % no Grupo B, observando-se, ainda, semelhança entre os respectivos grupos em relação a: idade, distribuição por sexo, tipo de operação, condições clínicas e aspectos laboratoriais pré-operatórios (coagulograma; eritrograma; série bioquímica). No Grupo A a utilização média de sangue homólogo, durante o ato cirúrgico, foi de 628 ml, e 479 ml no pós-operatório imediato. Já no Grupo B o uso de sangue homólogo foi de 1.271 ml e 1.095 ml, respectivamente. A perda sangüínea média na sala cirúrgica do Grupo A foi de 380 ml, enquanto que a do Grupo B foi de 89 9 ml. O número de pacientes do Grupo A que não necessitou de sangue homólogo durante o período de internação foi o dobro (5,7%) em relação ao Grupo B (2,8%). A maioria dos pacientes do Grupo A (51,4%) utilizou no máximo 2 unidades de sangue homólogo, enquanto que a maioria dos paciientes do Grupo B (78,6%) utilizou entre 3 ou mais de 5 unidades de sangue homólogo. O estudo mostra, portanto, que a utilização da autotransfusão intra-operatória (ATI) através de processadores celulares automatizados (cell-saver) em cirurgia cardíaca é um procedimento seguro e eficaz, reduzindo em aproximadamente 50 % a utilização de sangue homólogo, com as possíveis reações transfusionais e, principalmente, o risco da transmissão de doenças infecto-contagiosas.

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Bibliographic Details
Main Authors: Vieira,Sérgio Domingos, Santos,Marielza dos, Rosales,Thucydides, Souza,Luiz Carlos Bento de, Dinkhuysen,Jarbas J, Chaccur,Paulo, Abdulmassih Neto,Camilo, Pavanello,Ricardo, Jatene,Adib D
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1992
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381992000400009
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Description
Summary:Utilizando-se programa dirigido para diminuição ou eliminação do uso de sangue homólogo, em pacientes cirúrgicos graves, foi realizado um estudo comparativo entre 14 0 casos. Os pacientes foram divididos em 2 grupos de 70 casos cada, onde o Grupo A representava aqueles submetidos a cirurgia cardíaca com o uso de recuperadores celulares automatizados de sangue cell-saver, no Grupo B, os pacientes que não utilizaram cell-saver durante o ato cirúrgico (Grupo controle). A maioria era de reoperações: 71,1 % no Grupo A e 74,2 % no Grupo B, observando-se, ainda, semelhança entre os respectivos grupos em relação a: idade, distribuição por sexo, tipo de operação, condições clínicas e aspectos laboratoriais pré-operatórios (coagulograma; eritrograma; série bioquímica). No Grupo A a utilização média de sangue homólogo, durante o ato cirúrgico, foi de 628 ml, e 479 ml no pós-operatório imediato. Já no Grupo B o uso de sangue homólogo foi de 1.271 ml e 1.095 ml, respectivamente. A perda sangüínea média na sala cirúrgica do Grupo A foi de 380 ml, enquanto que a do Grupo B foi de 89 9 ml. O número de pacientes do Grupo A que não necessitou de sangue homólogo durante o período de internação foi o dobro (5,7%) em relação ao Grupo B (2,8%). A maioria dos pacientes do Grupo A (51,4%) utilizou no máximo 2 unidades de sangue homólogo, enquanto que a maioria dos paciientes do Grupo B (78,6%) utilizou entre 3 ou mais de 5 unidades de sangue homólogo. O estudo mostra, portanto, que a utilização da autotransfusão intra-operatória (ATI) através de processadores celulares automatizados (cell-saver) em cirurgia cardíaca é um procedimento seguro e eficaz, reduzindo em aproximadamente 50 % a utilização de sangue homólogo, com as possíveis reações transfusionais e, principalmente, o risco da transmissão de doenças infecto-contagiosas.