Estudo prospectivo e randomizado entre cardioplegia sangüínea com reperfusão quente (37ºC) e o pinçamento intermitente da aorta na revascularização do miocárdio

No Instituto do Coração, foi realizado um estudo prospectivo e randomizado entre a utilização de cardioplegia sangüínea com reperfusão aquecida e enriquecida com aspartate e glutamato e o pinçamento intermitente da aorta na revascularização do miocárdio. Sessenta pacientes foram operados, sendo 30 com cardioplegia (Grupo C) e 30 com pinçamento intermitente da aorta (Grupo P). Não houve diferenças quanto aos antecedentes patológicos e as condiçõs clínicas pré-operatórias. Quinze pacientes estavam em classe funcional III ou IV (Angina) no grupo C e 20 no grupo P. Seis pacientes apresentavam aneurisma do ventrículo esquerdo, três em cada grupo, e nove pacientes eram reoperações. No grupo C foi realizada uma média de 2,93 enxertos por paciente e no grupo P de 3,13. O tempo de circulação extracorpórea no grupo P foi de 85 ± 23 min e no grupo C de 100 ± 2 8 min (p < 0,05). O tempo total de pinçamento da aorta no grupo P foi e 44,3 ± 14,8 min e no grupo C de 62,8 = 24,5 min (p < 0,01). O tempo médio por anastomose no pinçamento intermitente foi de 8,6 ± 2,2 min. A avaliação hemodinâmica feita com oito horas de pós-operatório revelou um índice cardíaco de 3,21 ± 0,74 l/min.m² no grupo P e de 3,42 ± 0,91 no grupo C (NS). O índice de trabalho ventricular direito foi de 4,56 ± 2,3 g.M/m² no grupo P e de 5,41 ± 3,17 no grupo C (NS). No grupo P, o índice de trabalho ventricular esquerdo foi de 30,2 ± 10,8 g.M/m² e no grupo C, de 33,4 ± 4,11 (NS). O pico de liberação enzimática (CKMB) foi de 30,7 ± 12,8 Ul para o grupo P e de 25 ± 10 para o grupo C (NS). Houve dois (3,3%) óbitos, um no grupo com cardioplegia e outro no grupo com pinçamento intermitente da aorta. Em conclusão, não houve diferenças significativas nos dois grupos quanto a evolução hemodinâmica pós-operatória, alterações enzimáticas, morbidade e mortalidade hospitalar. Na cirurgia de revascularização do miocárdio, o pinçamento intermitente da aorta e a cardiopleia sangüínea com reperfusão aquecida e enriquecida com aspartato e glutamato foram métodos equivalentes.

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Bibliographic Details
Main Authors: Gerola,Luís Roberto, Oliveira,Sérgio Almeida de, Dallan,Luís Alberto, Moreira,Luiz Felipe P, Delgado,Patrício, Verginelli,Geraldo, Jatene,Adib D
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 1991
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381991000200004
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Description
Summary:No Instituto do Coração, foi realizado um estudo prospectivo e randomizado entre a utilização de cardioplegia sangüínea com reperfusão aquecida e enriquecida com aspartate e glutamato e o pinçamento intermitente da aorta na revascularização do miocárdio. Sessenta pacientes foram operados, sendo 30 com cardioplegia (Grupo C) e 30 com pinçamento intermitente da aorta (Grupo P). Não houve diferenças quanto aos antecedentes patológicos e as condiçõs clínicas pré-operatórias. Quinze pacientes estavam em classe funcional III ou IV (Angina) no grupo C e 20 no grupo P. Seis pacientes apresentavam aneurisma do ventrículo esquerdo, três em cada grupo, e nove pacientes eram reoperações. No grupo C foi realizada uma média de 2,93 enxertos por paciente e no grupo P de 3,13. O tempo de circulação extracorpórea no grupo P foi de 85 ± 23 min e no grupo C de 100 ± 2 8 min (p < 0,05). O tempo total de pinçamento da aorta no grupo P foi e 44,3 ± 14,8 min e no grupo C de 62,8 = 24,5 min (p < 0,01). O tempo médio por anastomose no pinçamento intermitente foi de 8,6 ± 2,2 min. A avaliação hemodinâmica feita com oito horas de pós-operatório revelou um índice cardíaco de 3,21 ± 0,74 l/min.m² no grupo P e de 3,42 ± 0,91 no grupo C (NS). O índice de trabalho ventricular direito foi de 4,56 ± 2,3 g.M/m² no grupo P e de 5,41 ± 3,17 no grupo C (NS). No grupo P, o índice de trabalho ventricular esquerdo foi de 30,2 ± 10,8 g.M/m² e no grupo C, de 33,4 ± 4,11 (NS). O pico de liberação enzimática (CKMB) foi de 30,7 ± 12,8 Ul para o grupo P e de 25 ± 10 para o grupo C (NS). Houve dois (3,3%) óbitos, um no grupo com cardioplegia e outro no grupo com pinçamento intermitente da aorta. Em conclusão, não houve diferenças significativas nos dois grupos quanto a evolução hemodinâmica pós-operatória, alterações enzimáticas, morbidade e mortalidade hospitalar. Na cirurgia de revascularização do miocárdio, o pinçamento intermitente da aorta e a cardiopleia sangüínea com reperfusão aquecida e enriquecida com aspartato e glutamato foram métodos equivalentes.