OUVIDORES DE VOZES DE UM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL: CARACTERÍSTICAS DAS VOZES E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Resumo Objetivou-se compreender a experiência de ouvir vozes a partir das características e conteúdos das vozes, e das estratégias utilizadas por dezesseis ouvidores usuários de um Centro de Atenção Psicossocial do Sul do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório. Se deu através de entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo. Evidenciou-se que as características e conteúdos das vozes podem ser determinantes das reações emocionais dos ouvidores frente à experiência, sendo mais difícil lidar com ela quando os conteúdos são negativos. Através das estratégias utilizadas pelos ouvidores, percebeu-se uma resistência ao modelo biomédico, mesmo dentro de um serviço de saúde mental. Conclui-se que há uma necessidade de se pensar outras possibilidades de recuperação para as pessoas que ouvem vozes, que deem conta da complexidade da experiência e que sejam condizentes com o modelo de atenção psicossocial.

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Bibliographic Details
Main Authors: Couto,Maria Laura de Oliveira, Kantorski,Luciane Prado
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Psicologia Social 2020
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822020000100217
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Summary:Resumo Objetivou-se compreender a experiência de ouvir vozes a partir das características e conteúdos das vozes, e das estratégias utilizadas por dezesseis ouvidores usuários de um Centro de Atenção Psicossocial do Sul do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório. Se deu através de entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo. Evidenciou-se que as características e conteúdos das vozes podem ser determinantes das reações emocionais dos ouvidores frente à experiência, sendo mais difícil lidar com ela quando os conteúdos são negativos. Através das estratégias utilizadas pelos ouvidores, percebeu-se uma resistência ao modelo biomédico, mesmo dentro de um serviço de saúde mental. Conclui-se que há uma necessidade de se pensar outras possibilidades de recuperação para as pessoas que ouvem vozes, que deem conta da complexidade da experiência e que sejam condizentes com o modelo de atenção psicossocial.