Da desigualdade de classe à desigualdade de conhecimento

O artigo aborda o tema do conhecimento como fonte de desigualdade social. Na primeira parte o autor apresenta o contexto teórico geral em que vai situar a discussão da desigualdade social e do conhecimento, isto é, o de uma teoria da sociedade moderna como uma sociedade baseada no conhecimento. Em seguida, discute algumas características da pesquisa sociológica contemporânea sobre esse fenômeno, indicando que a maior parte das teorias e dos estudos empíricos sobre a estrutura da desigualdade está vinculada à concepção da sociedade moderna como uma sociedade industrial. Na terceira parte do artigo o autor vai mostrar por que razão o conhecimento, como uma capacidade para a ação, pode substituir o que durante séculos muitos observadores viram e continuam a ver, na teoria ou na prática, como sendo os fundamentos injustos da desigualdade na sociedade industrial. Utilizando dados econômicos agregados, ele sugere que as transformações no bem-estar material de grande número de indivíduos e famílias contribuem para desfazer os laços de dependência que antes os ligavam tão estreitamente ao mercado de trabalho. As mudanças materiais forjam novas formas de desigualdade social, mais especificamente, novas estruturas de desigualdade baseadas no conhecimento. Na seção final são sugeridos alguns dos usos do conhecimento no sentido de criar, reproduzir e manter desigualdades.

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Bibliographic Details
Main Author: Stehr,Nico
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais - ANPOCS 2000
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092000000100007
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Description
Summary:O artigo aborda o tema do conhecimento como fonte de desigualdade social. Na primeira parte o autor apresenta o contexto teórico geral em que vai situar a discussão da desigualdade social e do conhecimento, isto é, o de uma teoria da sociedade moderna como uma sociedade baseada no conhecimento. Em seguida, discute algumas características da pesquisa sociológica contemporânea sobre esse fenômeno, indicando que a maior parte das teorias e dos estudos empíricos sobre a estrutura da desigualdade está vinculada à concepção da sociedade moderna como uma sociedade industrial. Na terceira parte do artigo o autor vai mostrar por que razão o conhecimento, como uma capacidade para a ação, pode substituir o que durante séculos muitos observadores viram e continuam a ver, na teoria ou na prática, como sendo os fundamentos injustos da desigualdade na sociedade industrial. Utilizando dados econômicos agregados, ele sugere que as transformações no bem-estar material de grande número de indivíduos e famílias contribuem para desfazer os laços de dependência que antes os ligavam tão estreitamente ao mercado de trabalho. As mudanças materiais forjam novas formas de desigualdade social, mais especificamente, novas estruturas de desigualdade baseadas no conhecimento. Na seção final são sugeridos alguns dos usos do conhecimento no sentido de criar, reproduzir e manter desigualdades.