As vozes da sociedade: letramento, consciência e poder
Baseado no trabalho de Bourdieu e outros, este artigo estende o uso da metáfora da voz para o discurso da sociedade, em que as vozes individuais representam as formações sociais e os seus sub-discursos específicos. O discurso do letramento, em particular, é focalizado como um exemplo de tal formação, no sentido de que a sua presença versus a sua ausência é concebido como sendo o que define os que estão dentro ou fora do discurso próprio - uma voz iletrada não é percebida como sendo uma voz apropriada. A tensão dialética entre o fenômeno do iletramento e os esforços remediais do letrado de dar voz àqueles que não a têm, reflete as dificuldades enfrentadas pelos discursos emergentes e ressalta a importância de uma luta que é dos oprimidos e não de educadores bem intencionados e ativistas políticos. São focalizadas no artigo as exigências e as limitações inerentes aos esforços recentemente feitos para inserir o discurso do iletrado dentro de um discurso social próprio e são também sugeridas novas maneiras para se entender e se lidar com o problema do letramento em um país em desenvolvimento.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
1998
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44501998000200003 |
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Summary: | Baseado no trabalho de Bourdieu e outros, este artigo estende o uso da metáfora da voz para o discurso da sociedade, em que as vozes individuais representam as formações sociais e os seus sub-discursos específicos. O discurso do letramento, em particular, é focalizado como um exemplo de tal formação, no sentido de que a sua presença versus a sua ausência é concebido como sendo o que define os que estão dentro ou fora do discurso próprio - uma voz iletrada não é percebida como sendo uma voz apropriada. A tensão dialética entre o fenômeno do iletramento e os esforços remediais do letrado de dar voz àqueles que não a têm, reflete as dificuldades enfrentadas pelos discursos emergentes e ressalta a importância de uma luta que é dos oprimidos e não de educadores bem intencionados e ativistas políticos. São focalizadas no artigo as exigências e as limitações inerentes aos esforços recentemente feitos para inserir o discurso do iletrado dentro de um discurso social próprio e são também sugeridas novas maneiras para se entender e se lidar com o problema do letramento em um país em desenvolvimento. |
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